"Quando o Juca concordava
A garotada tomava
Conta da rua e armava
O campo de futebol.
Juca era o dono da bola.
Juca era o dono do jogo
Fazia o que bem entendia
E quando alguém discutia...
O Juca guardava a bola.
Ninguém brigava com o Juca
Juca era o dono da bola.
Na hora de escolher o time
Era o Juca quem primeiro dizia
Os meninos que queria
Pro time dele.
Se o capitão do outro time
Discordava,
O jogo nem começava.
O Juca guardava a bola.
Ninguém brigava com o Juca
Juca era o dono da bola.
A garotada corria
De um lado para o outro.
Dribla daqui, chuta pra lá,
Passa para ali, cabeceia prá cá...
Juca ficava sentado
O tempo todo. Mas na hora
De fazer gol se mexia.
Corria e gritava:
“Passa que quem faz gol sou eu”.
E se o outro não passava.
Ou se chutava e marcava
O gol que o Juca esperava...
O Juca guardava a bola.
Ninguém brigava com o Juca
Juca era o dono da bola.
Todo gol que o outro time
Fazia era anulado.
Ou tinha sido com a mão
Ou impedido. Anulado.
O Juca dava rasteira,
Canelada, cabeçada,
Aleijava a garotada
E o juiz não marcava nada.
O tranco mais delicado
Dado no Juca era pênalti
E quando alguém discordava...
O Juca guardava a bola.
Ninguém brigava com o Juca.
Juca era o dono da bola
Um dia o Alfredinho achou
Que aquilo era desaforo.
Driblou o primeiro, driblou o segundo,
Driblou o terceiro, o quarto...
O Juca xingou a mãe dele.
Ele meteu a mão no Juca
(A garotada ficou espantada).
O Juca avançou pra ele,
Ele tornou a dar no Juca
(A garotada ficou animada)
O Juca avançou outra vez.
Ele então jogou o Juca no chão
(A garotada foi toda em cima do Juca)
Quando Alfredinho voltou pra casa
O pai estava se queixando
Que o dinheiro que ganhava
Não chegava
pra alugar outra casa
ao menos com mais um quarto
pra botar seus nove filhos;
para comprar mais comida,
feijão pra seus nove filhos;
para comprar umas roupas
pra vestir seus nove filhos;
- Papai, por que o dinheiro
Que você ganha não chega?
- É pouco.
- Por que é pouco?
- Porque o patrão paga pouco.
- Papai por que vocês
Não pedem mais ao patrão?
- o patrão despede a gente,
A gente fica sem pão.
- Por que que o patrão despede?
- Porque ele é o dono das fábricas,
Porque ele é dono das máquinas.
- Papai,
Por que vocês
Não fazem com ele
O mesmo que nós fizemos com o Juca?
- Quem é o Juca?
- Juca era o dono da bola.
- Que foi que vocês fizeram?
- Tomamos a bola dele."
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Projeto de lei quer impor limites a greves de funcionários públicos
A greve de funcionários públicos é um assunto sempre polêmico. Um projeto de lei no Senado promete impor limites a essas greves. É um projeto para regulamentar e tentar normatizar as greves de servidores públicos. Diz, por exemplo, que os sindicatos terão de manter, no mínimo, 50% dos servidores trabalhando durante uma greve e explica por quê: quem trabalha no serviço público, quando faz greve, geralmente prejudica a população.
O Congresso discute algumas propostas para regulamentar o direito de greve no serviço publico. A mais recente estabelece limites. Pelo projeto, os servidores teriam de manter, no mínimo, 50% do efetivo trabalhando durante uma greve; nos serviços considerados essenciais, como saúde, transporte, abastecimento de água e coleta de lixo, 60%; na segurança pública, 80% dos agentes como policiais civis continuariam em serviço.
O projeto também cria um teto, um limite de 30% para o pagamento dos dias parados. Depois de um mês de greve, por exemplo, os servidores só teriam direito a receber o valor equivalente a nove dias de trabalho se não houver acordo sobre a reposição.
O autor do projeto, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), diz que é preciso reconhecer as diferenças entre serviço público e iniciativa privada. “A greve no setor privado implica em um conflito entre o patrão e o empregado. Quem é prejudicado é o patrão, que diminui seu lucro. No caso da greve no serviço público, quem é prejudicado é o conjunto da população”, aponta o senador.
Para a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, o projeto é um desrespeito ao direito de greve, garantido na Constituição. “A proposta do senador é uma proposta atrasada. Significa que os trabalhadores não farão greve, porque uma greve em que você bota 80% do seu efetivo trabalhando significa que não há greve”, critica o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa.
O governo federal também discute uma proposta. Uma das ideias é valorizar a negociação coletiva com os servidores. “As greves vão diminuir quando a gente conseguir construir no Brasil uma cultura da negociação”, acredita Duvalier Paiva Ferreira, secretário de recursos humanos do Ministério do Planejamento.
Na ausência de uma lei específica para a greve dos servidores públicos, a discussão tem terminado na Justiça. O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), defende a provação de uma lei assim como já existe para a iniciativa privada.
“Evidentemente que é necessário a lei, a Constituição prevê o direito de greve. É preciso que haja um debate para que a gente tenha efetivamente o serviço público mantido em favor da população e o direito fundamental de greve do servidor também mantido dentro de certas peculiaridades”, defende o ministro do STJ, Gilson Dipp.
O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Votação mesmo só no ano que vem.
O Congresso discute algumas propostas para regulamentar o direito de greve no serviço publico. A mais recente estabelece limites. Pelo projeto, os servidores teriam de manter, no mínimo, 50% do efetivo trabalhando durante uma greve; nos serviços considerados essenciais, como saúde, transporte, abastecimento de água e coleta de lixo, 60%; na segurança pública, 80% dos agentes como policiais civis continuariam em serviço.
O projeto também cria um teto, um limite de 30% para o pagamento dos dias parados. Depois de um mês de greve, por exemplo, os servidores só teriam direito a receber o valor equivalente a nove dias de trabalho se não houver acordo sobre a reposição.
O autor do projeto, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), diz que é preciso reconhecer as diferenças entre serviço público e iniciativa privada. “A greve no setor privado implica em um conflito entre o patrão e o empregado. Quem é prejudicado é o patrão, que diminui seu lucro. No caso da greve no serviço público, quem é prejudicado é o conjunto da população”, aponta o senador.
Para a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, o projeto é um desrespeito ao direito de greve, garantido na Constituição. “A proposta do senador é uma proposta atrasada. Significa que os trabalhadores não farão greve, porque uma greve em que você bota 80% do seu efetivo trabalhando significa que não há greve”, critica o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa.
O governo federal também discute uma proposta. Uma das ideias é valorizar a negociação coletiva com os servidores. “As greves vão diminuir quando a gente conseguir construir no Brasil uma cultura da negociação”, acredita Duvalier Paiva Ferreira, secretário de recursos humanos do Ministério do Planejamento.
Na ausência de uma lei específica para a greve dos servidores públicos, a discussão tem terminado na Justiça. O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), defende a provação de uma lei assim como já existe para a iniciativa privada.
“Evidentemente que é necessário a lei, a Constituição prevê o direito de greve. É preciso que haja um debate para que a gente tenha efetivamente o serviço público mantido em favor da população e o direito fundamental de greve do servidor também mantido dentro de certas peculiaridades”, defende o ministro do STJ, Gilson Dipp.
O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Votação mesmo só no ano que vem.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Lamento do Sertão (Eustáquio Nogueira)
Faltou o arroz,
Faltou os feijão,
Faltou os pedaço da calça,
Mas não dos nosso coração.
Meu trabaio é trabaioso,
Já nasceu inté caroço,
Ganho pouco e crio os fio,
Falta tudo e meu arrepio.
Pros meus fio ensinei
Que chorá num é de macho,
Óio pros guri cum fome
E cum fome óio eles.
O choro é de soluçar
E eles vem mi preguntá
Se o papai trabaiador
Agora já num é mais macho.
Respondo firme que sim,
Lamento muito no pensar
E frouxamente me respondo
Se sou macho: chorando assim? Eu acho...
Tem épocas na minha terra
Que num dá nem pra prantá.
O coronér aponta os rifle,
Só me ponho a rezá.
Diz que culpa é toda nossa,
Porcos, pobres e nojentos
Que amaldiçoaram esta terra,
_Ocês vão tê qui pagá, seus malditos lazarentos!
De novo me ponho a chorá,
Será que sou cabra macho?
Chorando assim, pelo meno eu acho!
A Deus pregunto
Que se na terra nada nasce
Se é purquê num tenho fé,
Fico sem ouví resposta,
A enxada, a fome e a roça,
As picada dos musquito
E as ferida nu pé.
Além de viver com fome
De sobra ainda tem as espingarda dos homi.
Um pidido humilde faço
Aos político e coronér,
Nos ajuda nesta vida
Que é pra trabaiá de pé.
Hoje a fome era tanta
Que quando isso iscreví,
Não sei se errei as letra
Ou se elas eu cumí.
domingo, 18 de dezembro de 2011
Vereadores aumentam o próprio salário em BH
A sessão plenária de ontem da Câmara de Belo Horizonte teve um fim estranhamente silencioso. Nem mesmo o presidente Léo Burguês (PSDB) dispôs-se a conversar com a imprensa após a aprovação, por 22 votos a 3, do Projeto de Lei que eleva em 61,8% o valor dos salários dos vereadores da próxima Legislatura. A proposta teve tramitação recorde. Foi protocolado na última segunda-feira e aprovado ontem.
A remuneração atual é de R$ 9.288,05 e saltará para R$ 15.031,76 - valor que corresponde a 75% do que ganham os deputados estaduais mineiros. A equiparação está prevista em lei federal, mas não obriga que os vereadores cheguem a esse teto.
Mas os vereadores preferiram se presentear com um índice muito descolado da realidade da maior parte dos trabalhadores brasileiros (confira a arte).
Os futuros parlamentares da Casa passarão a receber 27 vezes mais do que ganha um trabalhador com salário mínimo. Se a maioria parece ter sentido vergonha da aprovação e preferiu sair "à francesa" do plenário, alguns vereadores não se intimidaram com as vaias que vinham das galerias.
"Eu tenho vergonha é do salário que eu ganho na Câmara", declarou o vereador Henrique Braga (PSDB) ao encaminhar seu voto favorável. Braga não hesitou em completar: "Quem está insatisfeito, filie-se a um partido político e concorra às eleições no ano que vem".
As justificativas para a elevação salarial são muitas, mas, para o líder de governo, Tarcísio Caixeta (PT), o principal motivo é o acúmulo de funções. "Para as responsabilidades que um vereador tem, R$ 9.000 é pouco", justificou.
Até mesmo o combate à corrupção foi usado como argumento. "O vereador precisa ser bem remunerado para não se corromper", afirmou Henrique Braga.
Apenas três votaram contra o projeto: Arnaldo Godoy (PT), Iran Barbosa (PMDB) e Neusinha Santos (PT) - os dois últimos fizeram questão de explicar seus motivos, citando inclusive a crise financeira internacional. "Precisamos levar em conta a crise que atinge o Brasil", disse Neusinha.
Trem da Alegria
Com o voto favorável do vereador Cabo Júlio (PMDB) - que na sessão de anteontem fez questão de declarar que não havia assinado a proposta da Mesa Diretora - também foi aprovado o projeto que prevê a criação de 12 cargos comissionados na Câmara.
As vagas são para os mais altos níveis, em que os salários podem passar de R$ 9.000. O impacto financeiro previsto é de R$ 1.162.578,33 mensais.
A remuneração atual é de R$ 9.288,05 e saltará para R$ 15.031,76 - valor que corresponde a 75% do que ganham os deputados estaduais mineiros. A equiparação está prevista em lei federal, mas não obriga que os vereadores cheguem a esse teto.
Mas os vereadores preferiram se presentear com um índice muito descolado da realidade da maior parte dos trabalhadores brasileiros (confira a arte).
Os futuros parlamentares da Casa passarão a receber 27 vezes mais do que ganha um trabalhador com salário mínimo. Se a maioria parece ter sentido vergonha da aprovação e preferiu sair "à francesa" do plenário, alguns vereadores não se intimidaram com as vaias que vinham das galerias.
"Eu tenho vergonha é do salário que eu ganho na Câmara", declarou o vereador Henrique Braga (PSDB) ao encaminhar seu voto favorável. Braga não hesitou em completar: "Quem está insatisfeito, filie-se a um partido político e concorra às eleições no ano que vem".
As justificativas para a elevação salarial são muitas, mas, para o líder de governo, Tarcísio Caixeta (PT), o principal motivo é o acúmulo de funções. "Para as responsabilidades que um vereador tem, R$ 9.000 é pouco", justificou.
Até mesmo o combate à corrupção foi usado como argumento. "O vereador precisa ser bem remunerado para não se corromper", afirmou Henrique Braga.
Apenas três votaram contra o projeto: Arnaldo Godoy (PT), Iran Barbosa (PMDB) e Neusinha Santos (PT) - os dois últimos fizeram questão de explicar seus motivos, citando inclusive a crise financeira internacional. "Precisamos levar em conta a crise que atinge o Brasil", disse Neusinha.
Trem da Alegria
Com o voto favorável do vereador Cabo Júlio (PMDB) - que na sessão de anteontem fez questão de declarar que não havia assinado a proposta da Mesa Diretora - também foi aprovado o projeto que prevê a criação de 12 cargos comissionados na Câmara.
As vagas são para os mais altos níveis, em que os salários podem passar de R$ 9.000. O impacto financeiro previsto é de R$ 1.162.578,33 mensais.
Fonte: Super Notícia
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Greve Nacional por Piso, Carreira e 10% PIB para Educação
O Conselho Nacional de Entidades da CNTE (composto por todos os sindicatos que representam os trabalhadores em educação dos estados e de vários municípios) discutiu e deliberou pela articulação de uma greve nacional em 2012. O movimento nacional terá como eixos o Pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional, a carreira dos profissionais da educação e pelo investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para educação publica imediatamente.
Outra questão importante é a vitoria da CNTE, e portanto de todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação da rede pública do país, a respeito do reajuste do Piso Salarial. O Governo Federal recuou e aplicara como índice para o reajuste o determinado pela Lei Federal 11.738/08 para 2012 e não pelo INPC. Este resultado é fruto de um processo de pressão da Confederação e da categoria de todo país junto aos deputados federais e Governo Federal.
Desta forma, o reajuste do custo aluno será definido em 21,97%.
Estas são boas notícias para a categoria e uma péssima noticia para o Governo de Minas que já contava com o reajuste do Piso Salarial apenas pelo INPC e assim tentar desqualificar o Piso Salarial como política de valorização da categoria. Permanece o abismo entre os reajustes: o Piso Salarial com um reajuste de 21,97% e o reajuste do subsidio será de 5%.
GREVE NACIONAL: 14, 15 e 16 de marco de 2012.
Fonte: Blog da Beatriz Cerqueira
Fonte: Blog da Beatriz Cerqueira
Código Florestal: pressão dos movimentos sociais adia para março votação na Câmara
Por Mayra Lima*
Após pressão dos movimentos sociais do campo, da agricultura familiar e das entidades ambientalistas, os líderes da Câmara dos Deputados adiaram a votação do projeto de lei de reforma do Código Florestal para os dias 6 e 7 de março de 2012.
O texto aprovado no último dia 6 de dezembro no Senado Federal não conseguiu aliar a produção à conservação do meio ambiente, privilegia os setores ruralistas que apoiam a anistia para quem desmatou até julho de 2008, além de ocupações irregulares de culturas lenhosas, como o eucalipto.
“O projeto de novo Código Florestal votado no Senado suscita insegurança jurídica, dúvidas de interpretação e está recheado de ambiguidades voltadas a flexibilizar critérios socioambientais para atender especificamente aos grandes produtores agropecuaristas, colocando em xeque a Constituição Federal e os compromissos internacionais sobre o clima assumidos pelo Brasil”, diz a nota do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que abrange movimentos como a Via Campesina e entidades ambientalistas.
Por outro lado, a pressão dos movimentos sociais surtiu efeito e o projeto agora conta com um capítulo específico para a agricultura familiar, além de regras específicas para o meio urbano.
Reserva Legal
O texto aprovado no Senado desobriga a recomposição de áreas de Reserva Legal (RL) ilegalmente desmatadas e não assume o conceito de agricultura familiar, permitindo que um proprietário possua duas ou mais propriedades de quatro módulos sejam anistiados. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), é um total de 4 milhões de imóveis em uma área de 135 milhões de hectares.
O proprietário que desmatou ilegalmente ainda pode recompensar sua RL em estado diferente do que houve o desmate. “Essa possibilidade é um atentado à função social da terra, pode incorrer em uma disputa de terras onde os preços forem menores e condena regiões como o sul e o sudeste a se tornarem desertos de monocultivos”, explica Luiz Zarref, da Via Campesina.
O texto ainda não impede o desmatamento ilegal, não fornece segurança jurídica para a comprovação das áreas consolidadas em reserva legal.
APPs
O projeto enviado pelo Senado considera todas as atividades agrossilvopastoris como Áreas de Proteção Permanente (APP). O texto também admite práticas de aquicultura em APP nos imóveis rurais com até 15 módulos fiscais (até 1500 hectares), o que permite a carniciultura em áreas de mangue e o cultivo de espécies exóticas em qualquer tipo de APP.
“Isso prejudica, principalmente, os pequenos extrativistas e os pescadores artesanais que dependem deste ambiente para sua sobrevivência”, completa Zarref.
Com a redução do cálculo das APPs ciliares em leitos de rios, as grandes várzeas e pantanais no Brasil acabam sem nenhuma proteção em lei.
*Fonte: Página do MST
Nessas férias venha passar um tempo se divertido jogando vôlei com a galera!!
Se você também gosta de voleibol, ou mesmo vôlei como é mais chamado aqui no Brasil, saiba que o mesmo é um ótimo esporte a ser praticado e se bem realizado pode resultar em bons benefícios a sua saúde. E a partir desse sábado (17/12) e por todo período de férias venha se divertir e entrar em forma jogando voleibol. E o melhor de tudo... É de graça e sem distinção de sexo ou idade, venha participar estamos contanto com sua presença. Horário: 10h – 12h Local: Ginásio Poli esportivo informações: Markimcândido (33) 9113-6991
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
A Fábrica TARZA está de volta
A Fábrica TARZA está de volta. Depois de uma longa e cansativa batalha travada até o momento, os trabalhadores da Indústria desativada organizados em uma cooperativa, a COOPERTRIM, receberam da Justiça o direito do arrendamento do Pátio Industrial assim como de todo o seu maquinário para a retomada da produção, dos postos de trabalho e do desenvolvimento econômico sustentável de Raul Soares.
Este dia 13 de dezembro de 2011 foi o marco desta primeira vitória com a assinatura do contrato de arrendamento da Fábrica para a COOPERTRIM que já está trabalhando para a reestruturação dos galpões, das máquinas, da parte elétrica e hidráulica interna, do escritório administrativo e aquisição de matéria prima para a retomada dos trabalhos de produção das ferramentas Tarza, que continuam com um mercado sólido, consolidado por esta marca de renome nacional e internacional.
Mérito de muitos que se uniram em prol deste projeto ímpar de iniciativa dos Trabalhadores Metalúrgicos de Raul Soares com o apoio de lideranças políticas locais, da UFV através do empenho espetacular do amigo e grande companheiro Prof. José Horta Valadares, do economista Igor Guadalupe, da UNISOL Brasil, da CNM CUT, da UNIFORJA, do Sindicato dos Metalúrgicos de Raul Soares, do Deputado Estadual Durval Ângelo, dos Deputados Federais Gabriel Guimarães e Reginaldo Lopes, do Ministro Fernando Pimentel e de outras lideranças políticas nacionais.
Não poderíamos deixar de ressaltar a ação solidária dos trabalhadores gestores da COOPERTRIM e apoiadores voluntários que tanto se empenharam para a consolidação deste projeto: Efigênio Francisco Avelino, Itamar da Silva Carvalho, Pedro Jaime de Paiva Filho, Marco Antônio Souza Pena, Juarez Tadeu Alves, Alexandre Fernandes da Silva, Nelson Alexandre de Paula, Prof. Marcelo Azevedo, Arquiteto Rodrigo Torres, Denílson Contador, AG Contabilidade, Prof.ª Alice Tartaglia, Condé e Galinari Advogados, Dr. Luciano Gariglio Cézar, Luciano Andrade Leão, Clecy Soares Satler, Domingos Sávio da Silva, Dérick Delavali, César Mendes, Denilson Bramusse, Ramilson do Sindsraul, Dr. João Marcos Magalhães, Bira da CNM, Prof. Gil de Carvalho, Dr. Marcelo Mauad, Arildo Mota Lopes, José Domingos Peres, João Trofino, Câmara Municipal de Raul Soares e muitos outros que torceram, participaram e divulgaram positivamente este importante projeto para a nossa comunidade.
O trabalho só está começando, a volta da TARZA é um sonho que se torna realidade negando as forças ocultas que se empenharam em desacreditar o nosso projeto e destruí-lo por completo. A luta continua e para isto continuaremos contando com o apoio de todos da sociedade que acreditam no desenvolvimento econômico sustentável de Raul Soares para juntos reerguermos esta empresa que é um Patrimônio Histórico da nossa terra e de nossa gente trabalhadora.
Declare o seu amor a Raul, dê o seu apoio a volta da Tarza e a retomada de seu crescimento, quem ama cuida! Neste momento o universo conspira em nosso favor e é preciso acreditar nisso e fazer acontecer.
Ramiro Andrade Grossi
PRIVATARIA TUCANA - Para o conhecimento das novas gerações.
Para o conhecimento das novas gerações e para que não caia no esquecimento.
Carlos Augusto de Araujo Doria
Não quero discutir ideológicamente a privataria do governo do FHC nem os seus resultados econômicos e sociais, que são bem conhecidos.
Para mim, independente da grande negociata que foi, que enriqueceu muita gente amiga do Rei, foi um "crime de lesa-pátria", que prejudicou e continua prejudicando muita gente, com os altos custos e baixa qualidade dos serviços oferecidos.
Só quero que não caia no esquecimento e que as novas gerações saibam que esse que foi o maiorassalto contra o nosso patrimônio público, e o que é pior, feito na maior parte com nosso dinheiro.
Tal assalto já havia sido mostrado no livro do Aloisio Biondi, intitulado"O Brasil Privatizado", que está esgotado.
Agora o livro "Privataria Tucana", do Amaury Junior volta ao assunto,respaldado em um série de documentos que coletou ao logo de 10 anos de pesquisas.
As privatizações, as grandes e as pequenas, todas elas, foram financiadas com recursos públicos.
Privatizações à brasileira.
"Foram sustentadas pelos Fundos de Pensão, que são estatais, pelo BNDES, que é estatal, e pela aceitação, pelo valor de face, de papeis oficiais que, no mercado, valiam um terço do valor escrito.(moedas podres)
É o caso dos Títulos da Dívida Agrária, das Obrigações da Sidebrás, dos recursos obtidos e, 1975 pela colocação no mercado do empréstimo compulsório destinado à Eletrobrás.
Só a operação decorrente da diferença entre o valor de face e o valor real reduziu em dois terços os desembolsos dos grupos que assumiram as empresas.Caso da Vale do Rio Doce, da Cia. Siderúrgica Nacional, da Embraer.
Em alguns casos, a coisa chegou a tal ponto que o poder público pagou para vender bens que lhe pertenciam.
No caso do sistema Telebrás, me lembro de uma entrevista do ministro Sérgio Motta, onde declara que tal sistema estava avaliado em U$ 150 bilhões.
Foi vendido (entregue), por um valor irrisório.
Caso da absorção do BANERJ pelo Itaú, governo Marcelo Alencar, do PSDB.
Trezentos e cinquenta milhões pelo ativo (de graça) e sem passivo.
O Estado do Rio de Janeiro assumiu uma dívida de 1 bilhão e 900 milhões junto à Caixa Econômica para zerar o passivo trabalhista e o fundo complementar de aposentadoria que garantiu vencimentos integrais aos funcionários.
Mesmo assim o ITAÙ pagou um terço dos 350 milhões com base no valor de face de papeis comprados por um terço. O governo RJ assumiu uma dívida alta para entregar o Banerj ao ITAÚ por um sexto desse montante.", como escreveu o jornalista Pedro do Coutto, da Tribuna na Internet.
Por muito menos, vejam o que aconteceu com os entreguistas amigos do FHC:
No México, o presidente Carlos Salinas de Gortari, santo padroeiro das privatizações (ele entregou o México ao Slim), hoje um dos homens mais ricos do mundo, fugiu para Nova York num jatinho, como escreveu o PHA.
O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez Lozada, que entregou até a água do país, fugiu para Miami aos gritos de “ assassino !”.
Fujimori, o campeão das privatizações peruanas,grande amigo do FHC, admitiu pagar propinas ou “briberization” – expressão do Joseph Stiglitz, que o Amaury gosta de usar – no valor de US$ 15 milhões.
Nas últimas eleições peruanas tentou fazer sua filha presidente do Perú.
Na Argentina, ninguém, mais fala “Menem”, outro amigão do FHC e que só faltou entrega a própria alma.
"Quando é para se referir ao herói da privatização argentina, “el saqueo”, o presidente Carlos Menem, se diz “Mendéz”, para não dar azar.", escreveu o PHA.
Menem fugiu para o Chile atrás de uma starlet e voltou para a Argentina munido de um mandato deSenador, para não ir em cana, como lembrou o PHA.
O Daniel Dantas lavou e deslavou dinheiro e foi solto pelo Gilmar Dantas, digo Gilmar Mendes, tendo sido um dos maiores beneficiados com a privataria tucana. Tá livro e solto por aí.
O Carlos Jereissati e Sergio Andrade compraram a Telemar com ajuda de uma “briberization” ao Ricardo Sérgio e, segundo o livro do Amaury, se sentiram achacados por terem que pagar "uma baba" ao Ricardo.
Deve ter pago "constrangido".
A Vale também teve “briberization”, ofertada ao mesmo chefe da Tesouraria das campanhas de Serra e Fernando Henrique, o ínclito Ricardo Sérgio.
O Ricardo Sergio lavou, deslavou, cuidou da filha do Serra e do genro do Serra.
O FHC entra no diálogo com o André Lara Rezende a tramar um lance da privatização.
Entre o Ministério das Comunicações e o BNDES entrava consorcio por uma porta, saía outro pela outra, entrava a Previ por um lado, o dinheiro do Banco Brasil por outro, a Elena Landau, grande musa das privatizações, saía por uma porta, o Arida entrava pela outra – tudo no limite da “irresponsabilidade !”.
“Se der m …” (está tudo em matérias antigas da Veja)
Roubaram em todos os tempos e modos, diria o Vieira, como lembra o PHA.
Segundo o Aloysio Biondi, que analisou o papel das “moedas podres” e dos empréstimos do Mendonção no BNDES, O BRASIL DO FHC E DO SERRA PAGOU, PAGOU PARA VENDER AS EMPRESAS ESTATAIS.
O Amaury cita o Bresser Pereira, ex-ministro do FHC: “só um bobo dá a estrangeiros serviços públicos como as telefonias fixase móveis”. (eu acrescento, serviços estratégicos)
“Um bobo ou esperto”, ponderou o Amaury, no seu livro.
Espertíssimo !
O Delfim costuma dizer que o Serra e o FHC “venderam o patrimônio e endividaram o país !”, dois jenios ! como diz o PHA.
E espertos !
O Fujimori na cadeia, o Sanchez Lozada em Miami, o Salinas escondido num bunker na cidade do México,o Mendéz refugiado no Senado, e o FHC no Roda Viva a pregar a Moralidade !
Só uma perguntinha? cadê o jornalista do O Globo", o Élio Gaspari,que cunhou o termo "privataria"? Não tem nada a dizer sobre o livro?
Será que é porque "O Globo"está, assim como os outros veículos do PIG escondendo o livro, numa atitude que mostra a hipocrisia dessa gente, que vive falando em liberdade de imprensa?
O jornalista Ricardo Kotscho fez também uma perguntinha no seu blog: Liberdade de Imprensa: para quê, para quem? simples assim.
"Foram sustentadas pelos Fundos de Pensão, que são estatais, pelo BNDES, que é estatal, e pela aceitação, pelo valor de face, de papeis oficiais que, no mercado, valiam um terço do valor escrito.(moedas podres)
É o caso dos Títulos da Dívida Agrária, das Obrigações da Sidebrás, dos recursos obtidos e, 1975 pela colocação no mercado do empréstimo compulsório destinado à Eletrobrás.
Só a operação decorrente da diferença entre o valor de face e o valor real reduziu em dois terços os desembolsos dos grupos que assumiram as empresas.Caso da Vale do Rio Doce, da Cia. Siderúrgica Nacional, da Embraer.
Em alguns casos, a coisa chegou a tal ponto que o poder público pagou para vender bens que lhe pertenciam.
No caso do sistema Telebrás, me lembro de uma entrevista do ministro Sérgio Motta, onde declara que tal sistema estava avaliado em U$ 150 bilhões.
Foi vendido (entregue), por um valor irrisório.
Caso da absorção do BANERJ pelo Itaú, governo Marcelo Alencar, do PSDB.
Trezentos e cinquenta milhões pelo ativo (de graça) e sem passivo.
O Estado do Rio de Janeiro assumiu uma dívida de 1 bilhão e 900 milhões junto à Caixa Econômica para zerar o passivo trabalhista e o fundo complementar de aposentadoria que garantiu vencimentos integrais aos funcionários.
Mesmo assim o ITAÙ pagou um terço dos 350 milhões com base no valor de face de papeis comprados por um terço. O governo RJ assumiu uma dívida alta para entregar o Banerj ao ITAÚ por um sexto desse montante.", como escreveu o jornalista Pedro do Coutto, da Tribuna na Internet.
Por muito menos, vejam o que aconteceu com os entreguistas amigos do FHC:
No México, o presidente Carlos Salinas de Gortari, santo padroeiro das privatizações (ele entregou o México ao Slim), hoje um dos homens mais ricos do mundo, fugiu para Nova York num jatinho, como escreveu o PHA.
O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez Lozada, que entregou até a água do país, fugiu para Miami aos gritos de “ assassino !”.
Fujimori, o campeão das privatizações peruanas,grande amigo do FHC, admitiu pagar propinas ou “briberization” – expressão do Joseph Stiglitz, que o Amaury gosta de usar – no valor de US$ 15 milhões.
Nas últimas eleições peruanas tentou fazer sua filha presidente do Perú.
Na Argentina, ninguém, mais fala “Menem”, outro amigão do FHC e que só faltou entrega a própria alma.
"Quando é para se referir ao herói da privatização argentina, “el saqueo”, o presidente Carlos Menem, se diz “Mendéz”, para não dar azar.", escreveu o PHA.
Menem fugiu para o Chile atrás de uma starlet e voltou para a Argentina munido de um mandato deSenador, para não ir em cana, como lembrou o PHA.
O Daniel Dantas lavou e deslavou dinheiro e foi solto pelo Gilmar Dantas, digo Gilmar Mendes, tendo sido um dos maiores beneficiados com a privataria tucana. Tá livro e solto por aí.
O Carlos Jereissati e Sergio Andrade compraram a Telemar com ajuda de uma “briberization” ao Ricardo Sérgio e, segundo o livro do Amaury, se sentiram achacados por terem que pagar "uma baba" ao Ricardo.
Deve ter pago "constrangido".
A Vale também teve “briberization”, ofertada ao mesmo chefe da Tesouraria das campanhas de Serra e Fernando Henrique, o ínclito Ricardo Sérgio.
O Ricardo Sergio lavou, deslavou, cuidou da filha do Serra e do genro do Serra.
O FHC entra no diálogo com o André Lara Rezende a tramar um lance da privatização.
Entre o Ministério das Comunicações e o BNDES entrava consorcio por uma porta, saía outro pela outra, entrava a Previ por um lado, o dinheiro do Banco Brasil por outro, a Elena Landau, grande musa das privatizações, saía por uma porta, o Arida entrava pela outra – tudo no limite da “irresponsabilidade !”.
“Se der m …” (está tudo em matérias antigas da Veja)
Roubaram em todos os tempos e modos, diria o Vieira, como lembra o PHA.
Segundo o Aloysio Biondi, que analisou o papel das “moedas podres” e dos empréstimos do Mendonção no BNDES, O BRASIL DO FHC E DO SERRA PAGOU, PAGOU PARA VENDER AS EMPRESAS ESTATAIS.
O Amaury cita o Bresser Pereira, ex-ministro do FHC: “só um bobo dá a estrangeiros serviços públicos como as telefonias fixase móveis”. (eu acrescento, serviços estratégicos)
“Um bobo ou esperto”, ponderou o Amaury, no seu livro.
Espertíssimo !
O Delfim costuma dizer que o Serra e o FHC “venderam o patrimônio e endividaram o país !”, dois jenios ! como diz o PHA.
E espertos !
O Fujimori na cadeia, o Sanchez Lozada em Miami, o Salinas escondido num bunker na cidade do México,o Mendéz refugiado no Senado, e o FHC no Roda Viva a pregar a Moralidade !
Só uma perguntinha? cadê o jornalista do O Globo", o Élio Gaspari,que cunhou o termo "privataria"? Não tem nada a dizer sobre o livro?
Será que é porque "O Globo"está, assim como os outros veículos do PIG escondendo o livro, numa atitude que mostra a hipocrisia dessa gente, que vive falando em liberdade de imprensa?
O jornalista Ricardo Kotscho fez também uma perguntinha no seu blog: Liberdade de Imprensa: para quê, para quem? simples assim.
Fonte: Blog de um sem midia.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Crônica de Domingo: Doze Dezembros - Fernanda Pinho
Chega dezembro e as festas pululam de todo canto. Tem festa de fim de ano da firma. Amigo oculto da turma da faculdade. A ceia com a família. O jantar beneficente. Os convites chegam em atacado. Provavelmente muito mais do que se estivéssemos, por exemplo, em maio. A impressão que tenho é a de que apenas em dezembro - quando existe a expectativa do fim e também do recomeço - é que temos consciência da finitude da vida. Aquela sensação de "já é natal de novo?" nos cutuca e nos faz cair na real sobre como o tempo está escapando pelas nossas mãos. Muito provavelmente não é por isso, mas acho que é um bom motivo para justificar a grande farra que vira dezembro. Outro dia alguém comentou no Twitter que a impressão que se tem é a de que o que vai acabar não é o ano, mas, sim, o mundo. E é bem isso mesmo. Gastamos o que não podemos. Anuciamos para aqueles que amamos o quanto eles nos são caros. Fazemos festas todos os dias. Mandamos toda e qualquer dieta para as cucuias. Afinal de contas, é tempo de aproveitar. Por que? Porque o ano vai acabar, oras! Mas logo vem outro ano, e, sabe-se lá porquê, entramos no modo monotonia outra vez. Economizando, sabe-se lá porquê. Camuflando nossos sentimentos, sabe-se lá porquê. Ficando em casa, sabe-se lá porquê. Deixando de apreciar comidas, engordativas sim, mas antes de tudo maravilhosas, sabe-se lá porquê. Enfim, sobrevivemos onze meses para viver em dezembro. A sexta-feira dos meses. Sabe o que eu quero para 2012? Doze dezembros e nada mais.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Como ficara a questão do Piso dos Educadores em Raul?
O valor do piso nacional dos professores das escolas públicas do país terá reajuste nominal de 16,6% em 2012, passando dos atuais R$ 1.187 para R$ 1.384. A variação cumpre a lei 11.738, de 2008, que prevê aumento do salário-base docente conforme o incremento do custo anual por aluno previsto no Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério (Fundeb). De acordo com a memória de cálculo do projeto de lei orçamentária enviado hoje ao Senado pelo Ministério do Planejamento, o Fundeb também terá reajuste nominal de 16,6% no ano que vem, com arrecadação prevista de R$ 106,7 bilhões, considerando R$ 77,4 bilhões de aportes dos Estados e R$ 29,2 bilhões da União. Com isso, o Brasil aumenta o seu gasto por aluno na mesma proporção, para R$ 2.009,45.
O documento também indica que a complementação financeira da União ao Fundeb será 23% maior que a de 2011, chegando a R$ 9,603 bilhões. Esse valor é distribuído entre dez Estados que, com sua arrecadação, não conseguem cumprir o custo-aluno de R$ 2.009,45."
Do jornal "O Globo".
Se em Raul Soares a lei fosse cumprida nossos professores passariam a receber um salário base de R$ 1038,00 reais por 30 horas semanais, sendo 20h em salas de aula e 10h extra classe como a lei já determinou.
Nesta segunda 12/12 estaremos com o secretário municipal de Educação para nos inteirar sobre as providências que estão sendo tomadas para que a lei seja aplicada aqui em Raul. Dependendo do andamento da reunião, o Sinds-Raul esta disposto a entrar com ação judicial coletiva no Ministério Público para garantir o benefício. Em vários municípios onde os sindicatos entraram com ações judiciais, a justiça deu ganho de causa aos educadores e as prefeituras foram obrigadas a pagar o piso.
Por isso vamos à luta!
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Sind-UTE reúne Comando Estadual de Greve
Neste sábado, dia 10/12, realizaremos reunião do Comando Estadual de Greve.
Nesta reunião avaliaremos a Lei 19.837/11 e discutiremos estratégias para a continuidade da luta pelo Piso Salarial Profissional Nacional.
A Lei 19.837 além de tornar obrigatório o subsídio como forma de remuneração estabeleceu um período de congelamento da carreira (de 2012 a 2015) onde não ocorrerá progressão ou promoção para nenhum servidor da educação. A luta pelo Piso Salarial é também a luta pela carreira.
Acredito que no próximo período trabalharemos simultaneamente em três eixos:
1) Comunicação
O que significa uma reorganização da nossa política de comunicação atuando junto à sociedade em geral, a categoria e a comunidade escolar.
2) Atuação Jurídica
Neste momento estamos tentando novos caminhos, o que inclui o questionamento da Lei 19.837/11 e outras ações. Concordo que para determinadas demandas, é necessário um escritório específico, uma estratégia específica e já estamos trabalhando nesta perspectiva, apenas não vamos antecipá-la antes de concretizar.
3) Mobilização
O nosso movimento precisa ser aglutinador em todas as regiões do estado. O calendário de mobilização, seja greve ou qualquer outro, precisa ser cumprido pela maioria da categoria, para maior capacidade de pressão. É fundamental que fortaleçamos a nossa organização no local de trabalho e mesmo onde não tem subsede do sindicato que haja grupos de profissionais da educação para encaminhar a luta.
Um eixo sozinho não dará conta do enfrentamento que teremos. Se não nos mobilizarmos, teremos o congelamento do salário, a retirada de direitos adquridos e a destruição da carreira.
Fonte: Blog da Beatriz Cerqueira
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Uma vergonha para o Prefeito de Raul
Por: Ramilson Lopes
Raul Soares vive hoje um triste retrocesso quando abordamos a questão do cumprimento das leis trabalhistas no funcionalismo público do município.
Uma prova disso é a lei 1461, criada em 1989 que trata das gratificações cedidas aos servidores.
Em minha opinião essa gratificação é um “cabresto” disfarçada de beneficio, uma vez que é usada para inibir o servidor a questionar certas ações de seus superiores, aceitarem calados formas de abuso morais e psicológicos, pois qualquer ato contrário à vontade do prefeito, qualquer ordem descumprida, mesmo sendo arbitraria; a gratificação é cortada imediatamente sem prévio aviso. Essa lei foi criada com o intuito de reconhecer aqueles servidores que se destacavam em seus setores por trabalhos bem feitos, dedicação além do normal no atendimento e prestação de serviços aos cidadãos Raul-soarenses, mas a realidade de hoje é que 90% do funcionalismo recebem esse beneficio há vários anos. Raul Soares hoje é uma das cidades mineiras que paga ao funcionalismo os salários mais baixos. Então porque não incorpora-lo ao salário do servidor? Simples, sem o poder de “gratificar” os gestores perdem o controle dos servidores, sem ela a manipulação termina, e qualquer funcionário que se sentir humilhado, maltratado ou desrespeitado não pensaria duas vezes em procurar seus direitos e denuncia-los. Hoje existem colegas que trabalham no mesmo setor, o mesmo número de horas, desempenhando a mesma atividade, no entanto um tem 100% de gratificação e o outro tem apenas 20%, simplesmente porque o prefeito vai mais com a cara de um, ou deve algum favor e por ai vai.
Um recente exemplo dessa forma escancarada e abusiva de poder é o fato ocorrido com nosso companheiro Ailton Flávio, colega, servidor e pai de família exemplar, membro da diretoria do Sindsraul e grande divulgador do nosso sindicato, que vem sofrendo perseguições como já divulgado aqui em nosso blog recentemente.(http://sindsraul.blogspot.com/2011/11/prefeito-de-raul-persegue-servidor.html ).
Outra irregularidade que este sindicato vem questionando junto à administração municipal, é o que diz respeito ao cumprimento da lei 11.738 que trata do piso nacional dos educadores. Nossos professores da rede municipal recebem hoje como base um salário de R$ 630, 00, valor indiscutivelmente abaixo do que a lei determina, e mesmo assim não temos vistos esforços por parte dos gestores em cumpri-la. O Governo Federal se compromete a complementar a verba para o pagamento dos professores nos municípios que estiverem em dias com as prestações de contas e alguns outros requisitos que segundo o contador da prefeitura, Raul estaria apto a requerer o complemento. Então porque a demora? Porque negam-se a dar explicações quando questionados? E olham que o prefeito ja fez parte da categoria e ja sentiu na pele o que é ser professor.
Os Motoristas da área de saúde que fazem o transporte de pacientes à Belo Horizonte, começam suas jornadas por volta de 2:00 horas da manhã, enfrentam o transito perigoso e pesado das Br’s e do centro da capital, chegam à Raul por volta das 20:00, as vezes mais tarde, ou seja 17, 18 horas e trabalho, para muitas vezes no outro dia começarem tudo outra vez, havido apenas 6, 7 horas para dar atenção à sua família e descansar; e o pior de tudo, tendo como base um salário mínimo (R$ 565,00) e R$ 30,00 reais de diárias para cada viagem que é usados para almoçar e lanchar durante as 18 horas trabalhadas e a salvadora da pátria, o que faz aceitarem tudo isso calados, a GRATIFICAÇÂO, mas lembrando que nem as diárias nem a gratificação servem como base para a aposentadoria ou benefícios pagos pelo INSS em caso de invalidez e afastamento do servidor.
Nossos Garis estão esperando há anos o pagamento da insalubridade que determina a NR15: Todos os trabalhadores que atuam na coleta de resíduos sólidos tem direito à receber 40% do salário base por exercer atividade insalubre. Esse assunto foi a prioridade do nosso sindicato quando apresentada à administração a pauta de reivindicações de 2011. Na ocasião o prefeito comprometeu-se a contratar uma empresa especializada em avaliações e laudos trabalhistas para que fossem visitados os setores e avaliado quais servidores teriam direito à esse benefício. Porém já se passaram quatro meses, informam que a empresa foi contratada, fez a avaliação, mas ainda não enviou os laudos, porém negam se a responder o sindicato o nome e cnpj da referida empresa.
A atual diretoria do Sindsraul ainda não teve nenhuma resposta dos questionamentos enviados a Prefeitura via Ofícios. Por isso acionamos o ministério Publico para que seja garantido à entidade representativa da classe os esclarecimentos requeridos.
Caros amigos, isso é apenas algumas das injustiças, abuso de poder e irregularidades que este sindicato tem conhecimento e esta tomando providências.
Para terminar, quero deixar claro que esses servidores não são coniventes com esses atos, ou se calam por não se importarem. O que tem que ficar explicito é que muitos deles aceitam por acharem que o Prefeito é o patrão e que eles são apenas empregados, falta a eles saberem que o prefeito é simplesmente o administrador por um período de quatro ou oito anos e que apesar de ser uma autoridade tem o dever de cumprir e respeitar as leis como qualquer cidadão.
Falta a eles saberem que qualquer trabalhador tem garantido por lei o direito a filiar-se à entidade defensora da classe sem sofrer represálias por isso. Falta saberem que o Sindsraul esta lutando para que todas essas barbáries sejam punidas e para que o servidor volte a se orgulhar e encher o peito quando disser: Sou Funcionário da Prefeitura de Raul Soares.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Quando o Poder não emana do povo
Por: Lucimar José Brito
"Prezados Senhores Diretores,
Hoje tivemos a informação de que está sendo colocado pelo SindUte, em algumas Regionais, cartazes com lista dos deputados que na semana passada votaram a favor do Projeto de Lei, do subsídio.
De ordem da Secretária Ana Lúcia gazzola, vimos solicitar que os senhores acompanhem esta notícia, recolham este material e peçam as escolas que não o divulguem nem permitam a colocação dos mesmos dentro das escolas."
"Comumico meu retorno de férias. Já estou atendendo normalmente.
Caso tenha sido afixado nesta escola cartaz da SIND -UTE com lista de deputados que votaram â favor do Projeto de Lei, do subsídio, este material deverá ser recolhido.
Contando com a atenção de VSa. agradeço."
"Senhor(a) Diretor(a),
A SEE/MG, através da Coordenação das SREs, informou de que estão sendo colocados pelo SindUte, em algumas Regionais e escolas, cartazes com lista dos deputados que na semana passada votaram a favor do Projeto de Lei, do subsídio.
De ordem da Secretária Ana Lúcia Gazzola, vimos orientar a VSª que não divulgue ou permita a colocação dos mesmos dentro das escolas e, que informem a esta SRE qualquer situação relativa a esse assunto.
Estas mensagens foram enviadas por Superintendências Regionais de Ensino ou setor da Secretaria de Estado da Educação às escolas públicas estaduais mineiras. Poderíamos discutir como elas violam os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. E mesmo que esta suposta ordem seja baseada na legislação estadual da época da ditadura militar, não teria valor porque a Constituição Federal é norma superior em relação às regras estaduais.
Poderíamos também discutir o que é o espaço da escola, o necessário respeito à sua diversidade. Quem conhece o ambiente de uma escola pública sabe da pluralidade de informações que existe, desde o convite para uma pós-graduação da nova faculdade que chegou à região, ao convite da Câmara de vereadores para alguma atividade, ou a reportagem do Jornal O Tempo informando à população o que aconteceu na Assembleia Legislativa no dia 23 de novembro de 2011, ou a entrevista publicada pelo Jornal Estado de Minas acusando o sindicato, sem ouvir o outro lado.
No entanto, farei apenas uma pergunta: O que os deputados temem? Os 51 deputados estaduais que votaram a favor do projeto do governo não tiveram certeza do que votaram? Eles não ouviram a categoria, ignoraram o Termo de Compromisso assinado pelo Governo do Estado e desrespeitaram a opção feita por 153 mil servidores (vale lembrar que os designados não tiveram o direito de opção, situação em que este número seria maior). A Assembleia Legislativa não discutiu este projeto com ninguém. Em menos de 24 horas recebeu e votou um projeto de lei que modifica a vida de milhares de mineiros. A sociedade não tem o direito de saber como cada deputado votou?
Os servidores públicos estaduais assim como os deputados estaduais são remunerados com o dinheiro da população. Os servidores públicos têm o seu trabalho controlado, avaliado, medido periodicamente. Porque o trabalho dos deputados estaduais não pode ser informado?
Quem vai se prestar a este papel vergonhoso de retirar da escola pública a informação de como os deputados estaduais exercem o seu mandato?
Espero que, para cada cartaz que for retirado, apareçam 2 no seu lugar.
Espero também que em 2012 os deputados que votaram a favor da retirada de direitos da categoria não recebam um único voto do trabalhador em educação, seus alunos, amigos e familiares. Quem sabe assim eles aprendem a respeitar os profissionais da educação.
Lucimar é professor da rede estadual de Minas Gerais.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Uma Bela Crônica para o Domingo!
O velho na praça
Sentou-se com esforço no banco da praça. Ajeitou-se demoradamente procurando uma posição melhor para as pernas trôpegas. Pernas desobedientes, quase centenárias. Ponta do guarda-chuva fincada no chão, apoiou as mãos no cabo e ergueu com dificuldade a cabeça. Queria ficar assim, altivo, firme, recebendo o sol de rijo na cara barbuda. Cara de Papai Noel. Sol gostoso, quente. Bom para afugentar friagem que se instala em osso velho.
Chuva ou sol, o guarda-chuva preto sempre acompanhando os passeios matinais. Guarda-chuva é menos senil que bengala. E serve bem como apoio. Corpo desobediente. Cansado. Amarrotado. O sol trabalhando energia na carne fria.
Suspirou inquieto. Procurou mais ar. Diabo de pulmão preguiçoso. Quanto ar dando sopa e ele enjeitando. Diabos! Tinha de aproveitar bem aqueles momentos. Encostar, largar o corpo. Mas qual! Andaram reformando a sua praça. Fizeram misérias. Deram fim naqueles bancos acolhedores, escondidos no meio dos pés de beijo. Banco pra, dois, onde ele e a finada esposa sentaram-se muitas vezes. Fizeram planos, trocaram carinhos. Sentaram-se apenas, no silêncio, sentindo a vida. Agora a moda é banco coletivo. Para caber mais gente. Está usando gente amontoada. Mas qual! Ninguém pra se sentar nos bancos. O assento é ruim mesmo, espanta qualquer um. A vida esquisita, corrida, seca, enxota o povo do jardim, desabriga o amor, aniquila o amor.
Que desejo de não mais voltar para o quartinho, na casa da filha. ”O seu cantinho” – diziam eles. Riu irônico… Nada mais tinha de seu. Nem vontade. Todo mundo a mandar, a decidir, a resolver por ele. A fala quase centenária morta no peito. Não se queixava, não! É difícil mesmo conversar com pessoas que escutam pouco. Dá nervoso. Pra quê? E depois, já tivera muita conversa com o mundo, queria agora falar pra si mesmo. E pra finada… Deus a tenha!
Uma bola tonta lhe bateu no braço. Atrás da bola, o moleque. Na boca do moleque, o nome feio gritado para o companheiro. Menino atrevido, sem educação! Nem uma desculpa. Devia estar pensando que ele era uma planta. Atrevido! Tivesse força puxava-lhe as orelhas, dos netos, dos bisnetos, de todo mundo. Era bom ter raiva. Estava vivo, com raiva, tomando sol.
Precisava ir… Já tardava. Hora de voltar para o seu cantinho. Riu irônico: “Seu cantinho”… Nada mais tinha de seu. Só o corpo cansado, amarrotado, custoso de carregar, querendo ficar mais leve, voar, voar… que nem o da finada. Deus a tenha! E aquele mundo encantado, aquela vida escondida bem dentro de sua cabeça, refúgio de pensamentos, de lembranças, de existências. Só ele sabia o caminho…
Custoso levantar. De pé, o olho miúdo piscando repetidamente querendo enxergar melhor, o cabo do guarda chuva apertado na mão… Respirou fundo. Queria guardar a volúpia do ar brincando em volta.
Relutou em começar a caminhada. Medo de não voltar mais à praça. Precisava ficar firme, fazer força para não parecer muito fraco. Andavam falando em proibir o passeio matinal. Velho demais para andar sozinho, o velho sempre sozinho.
Diabos!
Como um sonâmbulo entraria na casa. Sentar-se-ia num canto. A agitação, o vozerio, o latir dos cachorros, a água saindo das torneiras, o barulho dos pratos, o sobe-e-desce escadas, o canto da cozinheira, o cheiro da comida, o toque da campainha, telefone sem parar, barulho de carro chegando, alguém lhe perguntando como ia sem esperar resposta, o olho fechando devagarinho, a fuga para o mundo encantado, seu mundo, bem escondido, do qual só ele sabia o caminho, só ele…
Marília Alves Cunha
Educadora
Uberlândia (MG)
mariliacunha16@hotmail.com
Sentou-se com esforço no banco da praça. Ajeitou-se demoradamente procurando uma posição melhor para as pernas trôpegas. Pernas desobedientes, quase centenárias. Ponta do guarda-chuva fincada no chão, apoiou as mãos no cabo e ergueu com dificuldade a cabeça. Queria ficar assim, altivo, firme, recebendo o sol de rijo na cara barbuda. Cara de Papai Noel. Sol gostoso, quente. Bom para afugentar friagem que se instala em osso velho.
Chuva ou sol, o guarda-chuva preto sempre acompanhando os passeios matinais. Guarda-chuva é menos senil que bengala. E serve bem como apoio. Corpo desobediente. Cansado. Amarrotado. O sol trabalhando energia na carne fria.
Suspirou inquieto. Procurou mais ar. Diabo de pulmão preguiçoso. Quanto ar dando sopa e ele enjeitando. Diabos! Tinha de aproveitar bem aqueles momentos. Encostar, largar o corpo. Mas qual! Andaram reformando a sua praça. Fizeram misérias. Deram fim naqueles bancos acolhedores, escondidos no meio dos pés de beijo. Banco pra, dois, onde ele e a finada esposa sentaram-se muitas vezes. Fizeram planos, trocaram carinhos. Sentaram-se apenas, no silêncio, sentindo a vida. Agora a moda é banco coletivo. Para caber mais gente. Está usando gente amontoada. Mas qual! Ninguém pra se sentar nos bancos. O assento é ruim mesmo, espanta qualquer um. A vida esquisita, corrida, seca, enxota o povo do jardim, desabriga o amor, aniquila o amor.
Que desejo de não mais voltar para o quartinho, na casa da filha. ”O seu cantinho” – diziam eles. Riu irônico… Nada mais tinha de seu. Nem vontade. Todo mundo a mandar, a decidir, a resolver por ele. A fala quase centenária morta no peito. Não se queixava, não! É difícil mesmo conversar com pessoas que escutam pouco. Dá nervoso. Pra quê? E depois, já tivera muita conversa com o mundo, queria agora falar pra si mesmo. E pra finada… Deus a tenha!
Uma bola tonta lhe bateu no braço. Atrás da bola, o moleque. Na boca do moleque, o nome feio gritado para o companheiro. Menino atrevido, sem educação! Nem uma desculpa. Devia estar pensando que ele era uma planta. Atrevido! Tivesse força puxava-lhe as orelhas, dos netos, dos bisnetos, de todo mundo. Era bom ter raiva. Estava vivo, com raiva, tomando sol.
Precisava ir… Já tardava. Hora de voltar para o seu cantinho. Riu irônico: “Seu cantinho”… Nada mais tinha de seu. Só o corpo cansado, amarrotado, custoso de carregar, querendo ficar mais leve, voar, voar… que nem o da finada. Deus a tenha! E aquele mundo encantado, aquela vida escondida bem dentro de sua cabeça, refúgio de pensamentos, de lembranças, de existências. Só ele sabia o caminho…
Custoso levantar. De pé, o olho miúdo piscando repetidamente querendo enxergar melhor, o cabo do guarda chuva apertado na mão… Respirou fundo. Queria guardar a volúpia do ar brincando em volta.
Relutou em começar a caminhada. Medo de não voltar mais à praça. Precisava ficar firme, fazer força para não parecer muito fraco. Andavam falando em proibir o passeio matinal. Velho demais para andar sozinho, o velho sempre sozinho.
Diabos!
Como um sonâmbulo entraria na casa. Sentar-se-ia num canto. A agitação, o vozerio, o latir dos cachorros, a água saindo das torneiras, o barulho dos pratos, o sobe-e-desce escadas, o canto da cozinheira, o cheiro da comida, o toque da campainha, telefone sem parar, barulho de carro chegando, alguém lhe perguntando como ia sem esperar resposta, o olho fechando devagarinho, a fuga para o mundo encantado, seu mundo, bem escondido, do qual só ele sabia o caminho, só ele…
Marília Alves Cunha
Educadora
Uberlândia (MG)
mariliacunha16@hotmail.com
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Descoberta fraude no painel eletrônico da Assembleia Legislativa de Minas
Três deputados que não estavam no plenário da Assembleia Legislativa de Minas ontem tiveram seus votos computados no painel eletrônico. A denúncia foi feita pela oposição, que diz ter havido fraude no processo de votação de projetos de lei. A base aliada reconheceu a irregularidade.
As matérias que estavam sendo votadas são de interesse da ala governista, da qual os parlamentares que não estavam no plenário, mas tiveram seus votos registrados, fazem parte. Um dos projetos altera os índices da arrecadação estadual.
Durante a votação de alteração dos índices do ICMS em Minas, o deputado Adelmo Leão (PT) pediu a palavra para dizer que havia constatado a ausência do colega Arlen Santiago (PTB), mas que o voto de petebista estava registrado no painel do plenário. A votação foi paralisada pela Mesa. "Isso é algo grave, que coloca os projetos aprovados esse ano em dúvida", declarou Rogério Correia (PT). A oposição pediu a anulação dos trabalhos e projetos aprovados.
O deputado governista Bonifácio Mourão disse que não haveria necessidade de cancelar as matérias aprovadas, alegando que a irregularidade não influenciou o resultado da votação. Durante a discussão, deputados revelaram que outros dois colegas que também não estavam no plenário tiveram votos computados: Antônio Carlos Lerin (PSB) e Juninho Araújo (PTB).
O presidente da sessão, José Henrique (PMDB), suspendeu a reunião por cinco minutos. Na volta, Henrique anunciou o cancelamento da votação.
O painel foi apagado e os deputados registraram presença novamente. Dessa vez, os nomes dos faltosos que tiveram votos registrados não apareceram no painel eletrônico.
Professores
Anulação. O deputado Rogério Correia (PT) afirmou ontem que vai pedir a anulação da polêmica votação do projeto que estabeleceu o subsídio dos professores estaduais.
Fonte: O tempo
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As matérias que estavam sendo votadas são de interesse da ala governista, da qual os parlamentares que não estavam no plenário, mas tiveram seus votos registrados, fazem parte. Um dos projetos altera os índices da arrecadação estadual.
Durante a votação de alteração dos índices do ICMS em Minas, o deputado Adelmo Leão (PT) pediu a palavra para dizer que havia constatado a ausência do colega Arlen Santiago (PTB), mas que o voto de petebista estava registrado no painel do plenário. A votação foi paralisada pela Mesa. "Isso é algo grave, que coloca os projetos aprovados esse ano em dúvida", declarou Rogério Correia (PT). A oposição pediu a anulação dos trabalhos e projetos aprovados.
O deputado governista Bonifácio Mourão disse que não haveria necessidade de cancelar as matérias aprovadas, alegando que a irregularidade não influenciou o resultado da votação. Durante a discussão, deputados revelaram que outros dois colegas que também não estavam no plenário tiveram votos computados: Antônio Carlos Lerin (PSB) e Juninho Araújo (PTB).
O presidente da sessão, José Henrique (PMDB), suspendeu a reunião por cinco minutos. Na volta, Henrique anunciou o cancelamento da votação.
O painel foi apagado e os deputados registraram presença novamente. Dessa vez, os nomes dos faltosos que tiveram votos registrados não apareceram no painel eletrônico.
Professores
Anulação. O deputado Rogério Correia (PT) afirmou ontem que vai pedir a anulação da polêmica votação do projeto que estabeleceu o subsídio dos professores estaduais.
Fonte: O tempo
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quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Prefeito de Raul persegue servidor
Tem chegado ao nosso sindicato várias denuncias de arbitrariedades cometidas pelos gestores municipais, algumas referentes a assédio moral, ao não pagamento de horas extras, desvios de função, falta de EPI entre outras que estão sendo apuradas por nós.
A mais recente trata se de perseguição e abuso de poder contra o companheiro Ailton Flávio André.
Para quem não conhece, Ailton é um exemplo de conduta e de cidadania em seu trabalho, trata a todos com muita educação e sempre com um sorriso. há mais de 20 anos que ele levanta as 3 h da manhã para começar sua jornada, cuidando da poda das gramas dos jardins do centro e da varrição dos mesmos, tendo trabalhado muitos domingos, feriados e carnavais para manter o s jardins sempre limpos.
Ailton é companheiro de lutas, faz parte da diretoria do Sindsraul e esta sempre divulgando o sindicato aos colegas de trabalho e convidando-os a filiarem-se, fato esse que pode ser o motivo da perseguição.
Fazem aproximadamente dois meses que o Sr. Prefeito mandou que ele fosse trabalhar varrendo as ruas da vila esperança com a justificativa de que eram apenas 30 dias para cobrir as férias de outra servidora. Passado os 30 dias já havia outro em seu setor de trabalho, e ele continuava varrendo a vila esperança. Procuramos o Prefeito para esclarecimentos e ele se justificou dizendo que o Ailton não estava fazendo o trabalho direito, tinha desobedecido a uma ordem e o respondeu mal, por isso o transferiu e tirou 20% de sua gratificação que foi cedida a 22 anos pelo saudoso Sr. Wiron. Questionei o prefeito sobre um possível aviso prévio, uma advertência por escrito e ele disse simplesmente que a lei o permite fazer tais coisas a qualquer momento.
Conversamos com o Ailton e ele relatou que nunca respondeu mal o prefeito e muito menos desobedeceu qualquer ordem.
Ontem (29/11) estivemos no gabinete do Sr. Prefeito: Dr. Luciano Garíglio (advogado do Sindsraul), Erivaldo J. dos Santos ( membro da Diretoria), Ailton Flávio ( perseguido e também membro da diretoria) e eu Ramilson Lopes ( presidente do Sindsraul), nossa intenção era tentar um acordo para que o servidor voltasse ao seu setor de trabalho e sua gratificação fosse restituída, mas o prefeito se mostrou irredutível e mal educado.
Sendo assim procuramos a Rádio Uai onde nos foi aberto espaço para divulgação do ocorrido, e logo depois fomos à promotoria de justiça de Raul Soares, relatamos os fatos e será aberto mais um processo com mandato de segurança para que o servidor seja reintegrado ao seu antigo setor.
Para quem não sabe, é possível sim que haja transferência de setor de trabalho dos servidores, todavia, tais transferências devem ser feitas por escrito e motivadas exclusivamente pelo interesse público, o que nesse caso não seu deu, de modo que se trata de ato ilegal e abusivo, portanto, passível de anulação pelo judiciário.
domingo, 27 de novembro de 2011
Os 7 pecados de um prefeito corrupto.
Vamos ficar de olho!!!
Preste atenção aos sinais que os prefeitos corruptos emitem, os principais são:
1 - Sinais exteriores de riqueza: Quando o eleito, amigos e parentes exibem bens de alto valor, adquiridos de uma hora para outra, como pick-ups, imóveis de luxo, jóias. Desconfie também quando o padrão de consumo não for compatível com a renda, como grandes viagens, festas ou despesas em bares e restaurantes.
2. Resistência a prestar contas: Se o prefeito dificulta o acesso à informação, especialmente sobre os gastos da Prefeitura, desconfie. Por lei, todo cidadão tem direito a esse tipo de informação. O município deve deixar à disposição da população, no serviço de contabilidade, uma cópia da prestação de contas do exercício anterior.
3. Falta crônica de verba: O orçamento da Prefeitura é calculado para cobrir os serviços básicos da cidade. Sinais de abandono ou negligência podem ser indicadores de má administração ou desvio de recurso público.
4. Parentes e amigos empregados:Uma dos artifícios mais utilizados para o pagamento de favores de campanha é a contratação de corregilionários, amigos e parentes no serviço público sem necessidade real.
5. Não divulgação dos gastos públicos (falta de transparência): A Lei Orgânica do Município obriga o prefeito a divulgar diariamente o movimento do caixa do dia anterior. Ele também deve tornar público o balancete mensal da Prefeitura.
6. Transferências de verbas orçamentárias: Remanejamentos de grandes somas são suspeitos. Desconfie de transferências de verbas acima de 5%. O prefeito pode subverter todas as prioridades originais com grandes transferências entre as rubricas. Isso pode em algumas situações ser feito para atender necessidades emergenciais, mas na maioria das vezes é feita para atender interesses eleitorais e pessoais dos prefeitos.
É preciso uma análise cuidadosa das transferências, e elas deveriam ser analisadas pela Câmara Municipal.
7. Perseguição a outros administradores honestos: Os corruptos tentam eliminar qualquer obstáculo ao seu esquema de enriquecimento ilícito. Um sinal de que há corrupção é quando há perseguição a administradores honestos.
O Sinds-Raul esta de olho. Se você desconfia de alguma irregularidade em seu setor de trabalho, cumpra seu dever de cidadão, denuncie!
sábado, 26 de novembro de 2011
Leu na VEJA? Tome cuidado.
Não deixe de ler esta revista pobre, com colunistas pseudo-intelectuais. Leia a VEJA, mas saiba criticar as intenções manipularadoras desta pequena revista, que poderia ser muito grande.
A Revista VEJA já ajudou a eleger Collor, já escondeu muita coisa quando foi de seu interesse, achou legal o Confisco do governo Collor que congelou a poupança de todos os brasileiros, estando muitos na época desempregados, e por muito tempo, durante os anos após a redemocratização brasileira, defendeu a venda escancarada de nosso país na onda das privatizações. Sempre com capas sensacionalistas, como na imagem acima, a revista já manipulou e perseguiu políticas públicas sociais que surtiram efeito para a grande maioria da população do Brasil, e prova a cada dia que realmente não conhece as necessidades do povo brasileiro. Indo além, a revista VEJA prova a cada dia que não gosta do povo brasileiro e não tem compromisso com a verdade!
Desta vez, quer criticar a expansão do ensino superior no Brasil, mesmo que ainda deixe a desejar e que não contemple a totalidade da sociedade brasileira, têm crescido consideravelmente.
Parece que incomoda o fato de muitos brasileiros estarem melhorando de vida. Incomoda que o Estado brasileiro cresça de tamanho, ampare a maior parte da população, num país que amargurou 20 anos de estagnação econômica, dívida externa e inflação altíssima, e que sempre viveu à margem das decisões mundiais, cujo povo, grande parte vive na pobreza, com baixo poder de compra, salários baixíssimos e péssima qualidade de vida. Parece que incomoda a elite brasileira, o fato de maior parte da população usufruir dos benefícios do desenvolvimento econômico e se incluir num sistema tão excludente quanto é o capitalismo.
Fonte:
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Governo anuncia salário mínimo de R$ 622,73 a partir de janeiro de 2012.
O governo anunciou nesta segunda-feira ao Congresso Nacional a elevação do valor do salário mínimo para R$ 622,73 a partir de 1º de janeiro de 2012. A proposta representa o cumprimento do acordo feito com as Centrais Sindicais, durante o governo Lula e mantido na administração Dilma, de reajustar o salário mínimo de acordo com o índice de inflação mais o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do ano anterior.
A política de recuperação do salário, portanto prevê reajuste com base na inflação de 2011 mais a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, que foi de 7,5%. Com a projeção de aumento do INPC haverá também aumento nos benefícios assistenciais e previdenciários para os que recebem acima de um salário mínimo.
A previsão inicial para o mínimo era R$ 619,21, mas com a revisão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,7% para 6,3%, houve um aumento de R$ 3,52 no salário. O reajuste consta da atualização dos parâmetros econômicos utilizados na proposta orçamentária de 2012. O anúncio foi enviado em ofício do Ministério do Planejamento. O reajuste anterior era de 13,62% e foi para 14,26% em relação ao atual valor que é R$ 545,00.
A revisão da proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 622,73 em 2012 injetará entre R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão a mais na economia. A estimativa foi realizada com base em parâmetros divulgados pelo Ministério do Planejamento ao enviar o projeto do Orçamento de 2012 ao Congresso Nacional.
A política de recuperação do salário, portanto prevê reajuste com base na inflação de 2011 mais a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, que foi de 7,5%. Com a projeção de aumento do INPC haverá também aumento nos benefícios assistenciais e previdenciários para os que recebem acima de um salário mínimo.
A previsão inicial para o mínimo era R$ 619,21, mas com a revisão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,7% para 6,3%, houve um aumento de R$ 3,52 no salário. O reajuste consta da atualização dos parâmetros econômicos utilizados na proposta orçamentária de 2012. O anúncio foi enviado em ofício do Ministério do Planejamento. O reajuste anterior era de 13,62% e foi para 14,26% em relação ao atual valor que é R$ 545,00.
A revisão da proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 622,73 em 2012 injetará entre R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão a mais na economia. A estimativa foi realizada com base em parâmetros divulgados pelo Ministério do Planejamento ao enviar o projeto do Orçamento de 2012 ao Congresso Nacional.
Assembleia aprova novos salários dos professores
O projeto do Governo de Minas que define a política salarial de 400 mil servidores da rede estadual de educação foi aprovado na noite desta quarta-feira (23) em regime único pela Assembleia Legislativa. Mesmo com a ocupação das galerias por manifestantes, o governo conseguiu aprovar a proposta com 51 votos a favor e 20 contra.
O projeto prevê que a partir de janeiro de 2012 a remuneração mínima dos professores de nível médio passa a ser de R$ 1.122, enquanto os de nível superior passam a receber R$ 1.350. A direção do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais (Sind-UTE) não descarta uma nova greve no início do ano. Neste ano a categoria realizou uma paralisação de 112 dias, a de maior duração no Estado.
A coordenadora-geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, afirmou que o projeto substitutivo é uma imposição, por não ter passado pela Comissão Tripartite de Negociação, que era composta por deputados, sindicato e governo. O sindicato alega que foi excluído dos debates na reta final das discussões.
Segundo o relator do projeto, deputado Duarte Bechir (PMN), o embate entre sindicato e governo dificultou o andamento dos trabalhos. De acordo com ele, isso fez com que a negociação passasse a contar com apenas a participação dos deputados e do governo. “O projeto foi substituído porque era inviável ter duas tabelas de remuneração. A nova proposta premia o tempo e a qualificação do profissional”, afirmou.
O impacto nas contas do governo seria de 2,1 bilhões. O deputado João Leite, do PSDB, mesmo partido do governador, disse que normalmente esses tipos de matérias trazem uma certa tensão, mas que a proposta do governo é a possível de ser cumprida, visto a situação das contas do estado. “Se adotasse os valores pedidos, teríamos um impacto de R$ 3,7 bilhões no orçamento”, observou. O deputado tucano disse que esse número é quase o valor previsto para o investimentos do tesouro estadual em diversas áreas em 2012, que deve ficar em torno de R$ 4 bilhões.
Atualmente, são 403 mil os servidores da área de educação em Minas. Destes, cerca de 63% teriam aumentos de 40% a 70% nas remunerações até 2015, segundo a bancada governista.
O projeto prevê que a partir de janeiro de 2012 a remuneração mínima dos professores de nível médio passa a ser de R$ 1.122, enquanto os de nível superior passam a receber R$ 1.350. A direção do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais (Sind-UTE) não descarta uma nova greve no início do ano. Neste ano a categoria realizou uma paralisação de 112 dias, a de maior duração no Estado.
A coordenadora-geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, afirmou que o projeto substitutivo é uma imposição, por não ter passado pela Comissão Tripartite de Negociação, que era composta por deputados, sindicato e governo. O sindicato alega que foi excluído dos debates na reta final das discussões.
Segundo o relator do projeto, deputado Duarte Bechir (PMN), o embate entre sindicato e governo dificultou o andamento dos trabalhos. De acordo com ele, isso fez com que a negociação passasse a contar com apenas a participação dos deputados e do governo. “O projeto foi substituído porque era inviável ter duas tabelas de remuneração. A nova proposta premia o tempo e a qualificação do profissional”, afirmou.
O impacto nas contas do governo seria de 2,1 bilhões. O deputado João Leite, do PSDB, mesmo partido do governador, disse que normalmente esses tipos de matérias trazem uma certa tensão, mas que a proposta do governo é a possível de ser cumprida, visto a situação das contas do estado. “Se adotasse os valores pedidos, teríamos um impacto de R$ 3,7 bilhões no orçamento”, observou. O deputado tucano disse que esse número é quase o valor previsto para o investimentos do tesouro estadual em diversas áreas em 2012, que deve ficar em torno de R$ 4 bilhões.
Atualmente, são 403 mil os servidores da área de educação em Minas. Destes, cerca de 63% teriam aumentos de 40% a 70% nas remunerações até 2015, segundo a bancada governista.
(Hoje em Dia)
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Coopertrim concluindo processo de recuperação da Tarza
A Cooperativa dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica de Raul Soares/Coopertrim realizou nesta noite de 22 de novembro, no Salão da Câmara Municipal, uma assembleia geral entre os cooperados com finalidade de prosseguir com o processo de recuperação da Fábrica Tarza que vem se arrastando por quase três anos junto aos órgãos de competência.
A empresa que mantinha a Tarza é massa falida (consolidada) e a Coopertrim, cujo presidente é Efigênio Francisco Avelino, se empenha com esforços possíveis para reativar a fábrica em sistema cooperativista, como já acontece (de forma satisfatória) com várias outras empresas produtivas no País e que tiveram o mesmo insucesso da Industrial São Sebastião.
A assembleia reunida conseguiu seus objetivos. A partir de então a Coopertrim vai solicitar do Poder Judiciário concessão de arrendamento do imóvel e maquinário e voltar a produzir a marca Tarza, conceituada no mercado e presente em mais de 20 itens de ferramentas para a agricultura, construção civil e etc.
A expectativa dos presentes se misturou à esperança, pois o imprescindível apoio para que a fábrica volte a funcionar se fez realidade na efetiva participação do ex-empregados, do poder público e da comunidade raul-soarense.
O processo de recuperação da Fábrica Tarza ruma-se à conclusão, todos desejam o imediato restabelecimento de sua linha de produção que nasceu há 65 anos pelo ideal de Cesare Tartaglia e José Raimundo de Souza.
Para formalização de arrendamento a Coopertrim conta, ainda, com apoio de renomadas instituições que se fizeram presentes nesta importante reunião, seguintes:
Uniforja - Cooperativa Central de Produção Industrial de Trabalhadores em Metalurgia, constituída em meados de 2000. Situada em Diadema-SP, em uma área própria de 65.000m2, é a maior fabricante de anéis, flanges e conexões de aço forjado de toda América Latina, representada pelo diretor José Domingos Peres dos Santos.
Unisol Brasil – é uma associação civil com fins não econômicos, de âmbito nacional, de natureza democrática, cujos fundamentos são o compromisso com a defesa dos reais interesses da classe trabalhadora, a melhoria das condições de vida e de trabalho das pessoas, a eficiência econômica e o engajamento no processo de transformação da sociedade brasileira com base nos valores da democracia e da justiça social, representada pelo coordenador geral Alexandre Antonio do Silva.
Fem – Federação Estadual dos Metalúrgicos de Minas Gerais, representada por Heraldo Silva Ferreira.
Cut-MG –
Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região, representado pelo secretário Júlio César Franca de Oliveira.
Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Confederação Nacional dos Metalúrgicos, representados pelo diretor Ubirajara Alves de Freitas.
Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
Sindicato dos Metalúrgicos de Raul Soares, representado pelo diretor José Mário Comini.
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Raul Soares, representado pelo presidente Ramilson Pires.
Estiveram presentes, ainda, a imprensa local, Nelson Alexandre, Itamar Carvalho, o advogado Luciano Garíglio Cezar, Ramilson Lopes, vereadores Ramiro Grossi, o presidente da Câmara Romeu Barbosa “Rui do Jipe”, Eimard Ribeiro e Célio Nesce, empresário César Aníbal Alves, Américo Nogueira Tartaglia e Juarez Tadeu Alves, entre outros.
A Coopertrim foi criada com objetivo principal de proporcionar o exercício da atividade profissional aos seus associados por meio da organização do trabalho em bases coletivas. E como cooperativa de trabalho de propriedade dos trabalhadores irá desenvolver esforços no sentido da indústria metalúrgica Tarza retomar o seu funcionamento.
Fonte: Regional Raul Soares
sábado, 19 de novembro de 2011
Pensamentos e Sonhos sobre o Brasil _ por Leonardo Boff
1. O povo brasileiro se habituou a “enfrentar a vida” e a conseguir tudo “na luta”, quer dizer, superando dificuldades e com muito trabalho. Por que não iria “enfrentar” também o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessárias, para criar relações mais igualitárias e acabar com a corrupção?
2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.
3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.
4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso, tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.
5. O medo é inerente à vida porque “viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.
6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.
7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: “graças a Deus”, “Deus lhe pague”, “fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.
8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.
9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.
10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.
11.Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.
12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.
2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.
3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.
4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso, tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.
5. O medo é inerente à vida porque “viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.
6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.
7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: “graças a Deus”, “Deus lhe pague”, “fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.
8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.
9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.
10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.
11.Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.
12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.
Leonardo Boff é autor de: Depois de 500 anos:que Brasil queremos,Vozes 2000.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Folha de São Paulo revela para o Brasil aquilo que a imprensa mineira tenta esconder: Minas paga para os educadores o pior piso salarial do país.
Uma reportagem de capa do jornal Folha de São Paulo caiu feito uma bomba no colo do governador de Minas e seus assessores diretos, na manhã desta quarta-feira, 16. A matéria estampa com letras garrafais: "17 Estados descumprem lei salarial de professor". A lei a que o jornal se refere, ainda que tardiamente, é aquela que tem sido mencionada diariamente por milhares de educadores de todo o Brasil, a lei federal 11.738/2008, mais conhecida como Lei do Piso.
Aprovada em 2008, após 20 anos de espera - já que consta de artigo da Carta Magna de 1988 - a Lei do Piso arrastou-se por mais três anos, até ser considerada constitucional pelo STF, em abril deste ano. Apesar disso, como revela a reportagem da Folha, 17 dos 27 estados, incluindo o Distrito Federal - não cumprem a Lei do Piso. Mas, o que serviu para detonar a bomba atirada no colo do governador, atingindo em cheio as asas do tucano-padrinho, foi a revelação de que Minas paga o pior piso salarial do país. Nós já sabíamos e cansávamos de repetir isso antes, mas, quando a notícia aparece através de um veículo de comunicação de grande porte, a notícia assume uma outra dimensão, ganha uma outra importância.
O jornal revela simplesmente aquilo que os educadores já haviam mostrado através dos seus contracheques: que Minas Gerais está totalmente fora da lei, não cumpre nem o valor do salário estipulado pelo MEC - R$ 1.187,00 para uma jornada de até 40 horas, para o profissional com ensino médio -, e nem tampouco a parte da lei que diz que é preciso assegurar um terço da jornada de trabalho para as atividades extra classe.
Na tabela salarial dos estados, em relação ao piso, Minas, que está entre os três estados mais ricos da Federação, fica na lanterna, o último da fila, com o piso de R$ 369,00 para a jornada de 24 horas (ou R$ 616,00 para a jornada de 40 horas). Mesmo que se aplique a proporcionalidade do valor do piso do MEC, Minas já deveria estar pagando aos profissionais da Educação de Minas um piso de R$ 712,20 para a jornada de 24h para o professor PEB IA (ensino médio); de R$ 868,88 para o PEB IIA (licenciatura curta), de R$ 1.060,00 para o professor PEB IIIA (licenciatura plena); de R$1.293,24 para o PEB IVA (Especialização); de R$ 1.577,76 para o PEB VA (mestrado); e de R$ 1.924,87 para PEB VIA (doutorado). No lugar disso, o governo apresentou recentemente uma tabela indecente, que destrói o plano de carreira dos educadores, e cujos valores começam com R$ 712,20 para o professor PEBIA e terminam com o ridículo valor de R$ 908,00 para o professor PEBVIA, com doutorado. Um verdadeiro calote nos educadores, que têm direito ao piso implantado nas carreiras, respeitando-se os percentuais de promoções e progressões, além das gratificações conquistadas.
O governo de Minas já havia sentido o efeito negativo da campanha publicitária que promovera no último final de semana, acusando indevidamente o sindicato por estar propondo valores mirabolantes para o pagamento do piso - o valor do piso do MEC -, além de culpar o sindicato por não ter garantido a reposição do pomposo número de 1 milhão de aulas que não teriam acontecido. Na prática, com esta acusação, o governo se denunciou junto à sociedade mineira, pois quem deveria responder por tal denúncia é o próprio governo. E por último, o governo mostrou que teme desesperadamente que aconteça o boicote às provas do SIMAVE. O governo precisa dos resultados desta e de outras avaliações para exibir gráficos, geralmente não confiáveis, para o mundo externo, espetaculoso, midiático, bem ao feito do atual governo.
Todos esses elementos somados fizeram com que o governo suspendesse a reunião da Comissão Tripartite, que estava marcada para a tarde do dia 16. Na prática, o governo dissolveu essa comissão, pois logo em seguida comunicou que faria duas reuniões para tratar sobre a proposta de piso: uma em separado com os deputados, na sexta-feira; e uma outra na segunda-feira, com o sindicato.
A impressão que fica é que o governo tinha uma proposta indecente para apresentar. Já havia armado o campo de ataque através da propaganda de final de semana. Pensava que bastaria uma nova carga de desmoralização e humilhação dos educadores para jogar toda a comunidade contra os educadores, e assim o governo poderia apresentar a tal proposta indecente, que não haveria reação e os deputados de sua base estariam à vontade para homologar a proposta do governo. Afinal, a assembléia dos deputados de Minas tem o papel homologativo, cuja maioria não representa a população, mas apenas ao governo do estado.
Contudo, nos cálculos de laboratório do governo não entraram os elementos da subjetividade das massas, a resistência e luta dos educadores, e o próprio elemento surpresa, uma verdadeira bomba, que foi a matéria da Folha de São Paulo. A reação da comunidade ao novo ataque midiático do governo tem sido enorme, em desfavor do governo. Estão todos assustados com a realidade de miserabilidade dos mestres de Minas, responsáveis pela Educação dos filhos dos trabalhadores. "Então vocês estudaram e se formaram para ganhar menos que R$ 1 mil reais?" - perguntaram-me alguns moradores. Claro que os e as tecnocratas do governo, fechados em seu próprio mundo, não conseguem perceber o efeito devastador na consciência do cidadão comum, quando vê um governo destratar de tal forma aos educadores, enquanto constrói estádios de futebol e cidades administrativas.
A notícia reveladora da Folha de São Paulo - reveladora para alguns, não para nós educadores do Brasil, claro - mostrara, ainda, o quanto uma imprensa subserviente e vendida causa um estrago muito grande no nosso meio. Foi preciso que um jornal de outro estado (mesmo admitindo-se que esteja a serviço de interesses outros) fizesse tal denúncia, pois a grande (em negociatas, não em jornalismo) imprensa mineira continua muda, sem nada enxergar além daquilo que o rei permite que ela enxergue. Certos jornalistas desta grande mídia, tal como certos procuradores da justiça, desembargadores e deputados funcionam como verdadeiros assessores do governo, sem qualquer autonomia moral e intelectual para exercerem a função que lhes compete.
Em dezenas de escolas da rede pública de Minas aconteceu, também no dia 16, a redução de jornada aprovada na última assembléia da categoria. Esta iniciativa se estende até o dia 18, quando acontecem assembléias e reuniões locais em várias partes de Minas Gerais, com a participação de educadores, estudantes e pais de alunos.
O governo de Minas e seus apoiadores ficam numa posição cada vez mais desconfortável. Todas as desculpas inventadas são derrubadas, uma a uma. Quando dizem que pagam até mais que o piso através do subsídio, escondendo da população que 153 mil educadores optaram pelo antigo sistema de vencimento básico, aparece um jornal de alcance nacional dizendo: vocês não cumprem a lei, não pagam o piso, ou melhor, pagam o menor salário-base do país para os educadores. Quando tentam dizer que a maioria optou pelo subsídio, nós respondemos: então está muito fácil de resolver o problema: pague o piso para a minoria que ficou no antigo sistema, pois isso não causará nenhum impacto no orçamento do estado. Mas, aí eles logo dizem que o piso nas carreiras terá um impacto de pelo menos R$ 1 bilhão ou mais. Uai, perguntamos mineiramente: mas o subsídio não representava um valor maior do que o piso? A maioria dos servidores não optou por aquele sistema? Então que impacto é este?
Como se não bastassem todos esses argumentos - além das desculpas, como a crise da Europa que segue em dispara rumo a Minas Gerais - há que se considerar ainda um dado demolidor, retirado da própria lei do piso: o governante que provar não ter dinheiro em caixa para pagar o piso, poderá pedir a ajuda do governo federal. Então, qual desculpa para não pagar o piso?
E aqui, não podemos deixar de renovar a nossa crítica ao falastrão do ministro do MEC, que na reportagem da Folha aparece dizendo que a lei era para ser aplicada imediatamente, mas que os governos não a cumprem, então ele nada podia fazer. Como assim, senhor ministro da Deseducação do país? Com que direito você fala uma coisa dessas? Então os governantes podem ou não cumprir a lei impunemente, de acordo com a conveniência de cada um?
Ora, se é assim, vamos generalizar essa prática. Todos nós, cidadãos brasileiros, tendo como base a conduta e o mau exemplo dos governantes brasileiros, estamos no direito de desrespeitar qualquer lei, ao sabor dos nossos interesses pessoais ou de grupos? Então é assim? Pois sim!
Portanto, a semana, que praticamente teve início nesta quarta-feira, pós-feriado de 15 de novembro, data da proclamação de uma república que continua parecendo cada vez mais uma republiqueta de banana do que uma República, maiúscula, uma "res" (do latim: coisa) "pública", coisa pública, coisa do povo, como deveria ser, mas que, graças aos infelizes atos de tantos governantes e seus apoiadores - grandes empresários, banqueiros, latifundiários, empreiteiros e outros tipos mais -, mais se parece com uma cosa nostra, entre famiglias de alguns poucos. Coisa pública coisa alguma!
Mas, apesar disso, a luta e a resistência dos educadores prosseguem. Nova assembléia com paralisação está marcada para o dia 22. O NDG se mobiliza e reúne-se em BH e em outros cantos de Minas no dia 26; e prossegue o nosso combate diário, levado adiante por centenas de educadores e apoiadores através da Internet e em cada escola de Minas Gerais. Estamos maltratados, fomos humilhados pelo governo, estamos financeira e emocionalmente abalados, mas estamos de pé, com dignidade, com coragem e com determinação para levar adiante a nossa luta, até a nossa vitória.
Não vamos abrir mão do piso a que temos direito, e nem tampouco vamos esquecer as perdas que o governo impôs em 2011. Estão todas contabilizadas no caderno de milhares de educadores mineiros. E em todo o país, cresce o movimento pela realização de uma grande greve nacional em 2012, por tempo indeterminado - proposta, aliás, aprovada pelos bravos e bravas educadores do Pará em assembléia -, para arrancar de uma vez por todas um piso salarial decente e uma carreira nacional e, consequentemente, pela verdadeira valorização dos educadores. Com o apoio da CNTE, se possível. Por cima dela, se necessário.
Aprovada em 2008, após 20 anos de espera - já que consta de artigo da Carta Magna de 1988 - a Lei do Piso arrastou-se por mais três anos, até ser considerada constitucional pelo STF, em abril deste ano. Apesar disso, como revela a reportagem da Folha, 17 dos 27 estados, incluindo o Distrito Federal - não cumprem a Lei do Piso. Mas, o que serviu para detonar a bomba atirada no colo do governador, atingindo em cheio as asas do tucano-padrinho, foi a revelação de que Minas paga o pior piso salarial do país. Nós já sabíamos e cansávamos de repetir isso antes, mas, quando a notícia aparece através de um veículo de comunicação de grande porte, a notícia assume uma outra dimensão, ganha uma outra importância.
O jornal revela simplesmente aquilo que os educadores já haviam mostrado através dos seus contracheques: que Minas Gerais está totalmente fora da lei, não cumpre nem o valor do salário estipulado pelo MEC - R$ 1.187,00 para uma jornada de até 40 horas, para o profissional com ensino médio -, e nem tampouco a parte da lei que diz que é preciso assegurar um terço da jornada de trabalho para as atividades extra classe.
Na tabela salarial dos estados, em relação ao piso, Minas, que está entre os três estados mais ricos da Federação, fica na lanterna, o último da fila, com o piso de R$ 369,00 para a jornada de 24 horas (ou R$ 616,00 para a jornada de 40 horas). Mesmo que se aplique a proporcionalidade do valor do piso do MEC, Minas já deveria estar pagando aos profissionais da Educação de Minas um piso de R$ 712,20 para a jornada de 24h para o professor PEB IA (ensino médio); de R$ 868,88 para o PEB IIA (licenciatura curta), de R$ 1.060,00 para o professor PEB IIIA (licenciatura plena); de R$1.293,24 para o PEB IVA (Especialização); de R$ 1.577,76 para o PEB VA (mestrado); e de R$ 1.924,87 para PEB VIA (doutorado). No lugar disso, o governo apresentou recentemente uma tabela indecente, que destrói o plano de carreira dos educadores, e cujos valores começam com R$ 712,20 para o professor PEBIA e terminam com o ridículo valor de R$ 908,00 para o professor PEBVIA, com doutorado. Um verdadeiro calote nos educadores, que têm direito ao piso implantado nas carreiras, respeitando-se os percentuais de promoções e progressões, além das gratificações conquistadas.
O governo de Minas já havia sentido o efeito negativo da campanha publicitária que promovera no último final de semana, acusando indevidamente o sindicato por estar propondo valores mirabolantes para o pagamento do piso - o valor do piso do MEC -, além de culpar o sindicato por não ter garantido a reposição do pomposo número de 1 milhão de aulas que não teriam acontecido. Na prática, com esta acusação, o governo se denunciou junto à sociedade mineira, pois quem deveria responder por tal denúncia é o próprio governo. E por último, o governo mostrou que teme desesperadamente que aconteça o boicote às provas do SIMAVE. O governo precisa dos resultados desta e de outras avaliações para exibir gráficos, geralmente não confiáveis, para o mundo externo, espetaculoso, midiático, bem ao feito do atual governo.
Todos esses elementos somados fizeram com que o governo suspendesse a reunião da Comissão Tripartite, que estava marcada para a tarde do dia 16. Na prática, o governo dissolveu essa comissão, pois logo em seguida comunicou que faria duas reuniões para tratar sobre a proposta de piso: uma em separado com os deputados, na sexta-feira; e uma outra na segunda-feira, com o sindicato.
A impressão que fica é que o governo tinha uma proposta indecente para apresentar. Já havia armado o campo de ataque através da propaganda de final de semana. Pensava que bastaria uma nova carga de desmoralização e humilhação dos educadores para jogar toda a comunidade contra os educadores, e assim o governo poderia apresentar a tal proposta indecente, que não haveria reação e os deputados de sua base estariam à vontade para homologar a proposta do governo. Afinal, a assembléia dos deputados de Minas tem o papel homologativo, cuja maioria não representa a população, mas apenas ao governo do estado.
Contudo, nos cálculos de laboratório do governo não entraram os elementos da subjetividade das massas, a resistência e luta dos educadores, e o próprio elemento surpresa, uma verdadeira bomba, que foi a matéria da Folha de São Paulo. A reação da comunidade ao novo ataque midiático do governo tem sido enorme, em desfavor do governo. Estão todos assustados com a realidade de miserabilidade dos mestres de Minas, responsáveis pela Educação dos filhos dos trabalhadores. "Então vocês estudaram e se formaram para ganhar menos que R$ 1 mil reais?" - perguntaram-me alguns moradores. Claro que os e as tecnocratas do governo, fechados em seu próprio mundo, não conseguem perceber o efeito devastador na consciência do cidadão comum, quando vê um governo destratar de tal forma aos educadores, enquanto constrói estádios de futebol e cidades administrativas.
A notícia reveladora da Folha de São Paulo - reveladora para alguns, não para nós educadores do Brasil, claro - mostrara, ainda, o quanto uma imprensa subserviente e vendida causa um estrago muito grande no nosso meio. Foi preciso que um jornal de outro estado (mesmo admitindo-se que esteja a serviço de interesses outros) fizesse tal denúncia, pois a grande (em negociatas, não em jornalismo) imprensa mineira continua muda, sem nada enxergar além daquilo que o rei permite que ela enxergue. Certos jornalistas desta grande mídia, tal como certos procuradores da justiça, desembargadores e deputados funcionam como verdadeiros assessores do governo, sem qualquer autonomia moral e intelectual para exercerem a função que lhes compete.
Em dezenas de escolas da rede pública de Minas aconteceu, também no dia 16, a redução de jornada aprovada na última assembléia da categoria. Esta iniciativa se estende até o dia 18, quando acontecem assembléias e reuniões locais em várias partes de Minas Gerais, com a participação de educadores, estudantes e pais de alunos.
O governo de Minas e seus apoiadores ficam numa posição cada vez mais desconfortável. Todas as desculpas inventadas são derrubadas, uma a uma. Quando dizem que pagam até mais que o piso através do subsídio, escondendo da população que 153 mil educadores optaram pelo antigo sistema de vencimento básico, aparece um jornal de alcance nacional dizendo: vocês não cumprem a lei, não pagam o piso, ou melhor, pagam o menor salário-base do país para os educadores. Quando tentam dizer que a maioria optou pelo subsídio, nós respondemos: então está muito fácil de resolver o problema: pague o piso para a minoria que ficou no antigo sistema, pois isso não causará nenhum impacto no orçamento do estado. Mas, aí eles logo dizem que o piso nas carreiras terá um impacto de pelo menos R$ 1 bilhão ou mais. Uai, perguntamos mineiramente: mas o subsídio não representava um valor maior do que o piso? A maioria dos servidores não optou por aquele sistema? Então que impacto é este?
Como se não bastassem todos esses argumentos - além das desculpas, como a crise da Europa que segue em dispara rumo a Minas Gerais - há que se considerar ainda um dado demolidor, retirado da própria lei do piso: o governante que provar não ter dinheiro em caixa para pagar o piso, poderá pedir a ajuda do governo federal. Então, qual desculpa para não pagar o piso?
E aqui, não podemos deixar de renovar a nossa crítica ao falastrão do ministro do MEC, que na reportagem da Folha aparece dizendo que a lei era para ser aplicada imediatamente, mas que os governos não a cumprem, então ele nada podia fazer. Como assim, senhor ministro da Deseducação do país? Com que direito você fala uma coisa dessas? Então os governantes podem ou não cumprir a lei impunemente, de acordo com a conveniência de cada um?
Ora, se é assim, vamos generalizar essa prática. Todos nós, cidadãos brasileiros, tendo como base a conduta e o mau exemplo dos governantes brasileiros, estamos no direito de desrespeitar qualquer lei, ao sabor dos nossos interesses pessoais ou de grupos? Então é assim? Pois sim!
Portanto, a semana, que praticamente teve início nesta quarta-feira, pós-feriado de 15 de novembro, data da proclamação de uma república que continua parecendo cada vez mais uma republiqueta de banana do que uma República, maiúscula, uma "res" (do latim: coisa) "pública", coisa pública, coisa do povo, como deveria ser, mas que, graças aos infelizes atos de tantos governantes e seus apoiadores - grandes empresários, banqueiros, latifundiários, empreiteiros e outros tipos mais -, mais se parece com uma cosa nostra, entre famiglias de alguns poucos. Coisa pública coisa alguma!
Mas, apesar disso, a luta e a resistência dos educadores prosseguem. Nova assembléia com paralisação está marcada para o dia 22. O NDG se mobiliza e reúne-se em BH e em outros cantos de Minas no dia 26; e prossegue o nosso combate diário, levado adiante por centenas de educadores e apoiadores através da Internet e em cada escola de Minas Gerais. Estamos maltratados, fomos humilhados pelo governo, estamos financeira e emocionalmente abalados, mas estamos de pé, com dignidade, com coragem e com determinação para levar adiante a nossa luta, até a nossa vitória.
Não vamos abrir mão do piso a que temos direito, e nem tampouco vamos esquecer as perdas que o governo impôs em 2011. Estão todas contabilizadas no caderno de milhares de educadores mineiros. E em todo o país, cresce o movimento pela realização de uma grande greve nacional em 2012, por tempo indeterminado - proposta, aliás, aprovada pelos bravos e bravas educadores do Pará em assembléia -, para arrancar de uma vez por todas um piso salarial decente e uma carreira nacional e, consequentemente, pela verdadeira valorização dos educadores. Com o apoio da CNTE, se possível. Por cima dela, se necessário.
Fonte: Blog do Euler.
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