quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Prefeito de Raul persegue servidor

Tem chegado ao nosso sindicato várias denuncias de arbitrariedades cometidas pelos gestores municipais, algumas referentes a assédio moral, ao não pagamento de horas extras, desvios de função, falta de EPI entre outras que estão sendo apuradas por nós.
A mais recente trata se de perseguição e abuso de poder contra o companheiro Ailton Flávio André.
Para quem não conhece, Ailton é um exemplo de conduta e de cidadania em seu trabalho, trata a todos com muita educação e sempre com um sorriso. há mais de 20 anos que ele levanta as 3 h da manhã para começar sua jornada, cuidando da poda das gramas dos jardins do centro e da varrição dos mesmos, tendo trabalhado muitos domingos, feriados e carnavais para manter o s jardins sempre limpos.
 Ailton é companheiro de lutas, faz parte da diretoria do Sindsraul e esta sempre divulgando o sindicato aos colegas de trabalho e convidando-os a filiarem-se, fato esse que pode ser o motivo da perseguição.
Fazem aproximadamente dois meses que o Sr. Prefeito mandou que ele fosse trabalhar varrendo as ruas da vila esperança com a justificativa de que eram apenas 30 dias para cobrir as férias de outra servidora. Passado os 30 dias já havia outro em seu setor de trabalho, e ele continuava varrendo a vila esperança. Procuramos o Prefeito para esclarecimentos e ele se justificou dizendo que o Ailton não estava fazendo o trabalho direito, tinha desobedecido a uma ordem e o respondeu mal, por isso o transferiu e tirou 20% de sua gratificação que foi cedida a 22 anos pelo saudoso Sr. Wiron. Questionei o prefeito sobre um possível aviso prévio, uma advertência por escrito e ele disse simplesmente que a lei o permite fazer tais coisas a qualquer momento.
Conversamos com o Ailton e ele relatou que nunca respondeu mal o prefeito e muito menos desobedeceu qualquer ordem.
Ontem (29/11) estivemos no gabinete do Sr. Prefeito: Dr. Luciano Garíglio (advogado do Sindsraul), Erivaldo J. dos Santos ( membro da Diretoria), Ailton Flávio ( perseguido e também membro da diretoria) e eu Ramilson Lopes ( presidente do Sindsraul), nossa intenção era tentar um acordo para que o servidor voltasse ao seu setor de trabalho e sua gratificação fosse restituída, mas o prefeito se mostrou irredutível e mal educado.
Sendo assim procuramos a Rádio Uai onde nos foi aberto espaço para divulgação do ocorrido, e logo depois fomos à promotoria de justiça de Raul Soares, relatamos os fatos e será aberto mais um processo com mandato de segurança para que o servidor seja reintegrado ao seu antigo setor.
Para quem não sabe, é possível sim que haja transferência de setor de trabalho dos servidores, todavia, tais transferências devem ser feitas por escrito e motivadas exclusivamente pelo interesse público, o que nesse caso não seu deu, de modo que se trata de ato ilegal e abusivo, portanto, passível de anulação pelo judiciário.

domingo, 27 de novembro de 2011

Os 7 pecados de um prefeito corrupto.


Vamos ficar de olho!!!

Preste atenção aos sinais que os prefeitos corruptos emitem, os principais são:

1 - Sinais exteriores de riqueza: Quando o eleito, amigos e parentes exibem bens de alto valor, adquiridos de uma hora para outra, como pick-ups, imóveis de luxo, jóias. Desconfie também quando o padrão de consumo não for compatível com a renda, como grandes viagens, festas ou despesas em bares e restaurantes.

2. Resistência a prestar contas: Se o prefeito dificulta o acesso à informação, especialmente sobre os gastos da Prefeitura, desconfie. Por lei, todo cidadão tem direito a esse tipo de informação. O município deve deixar à disposição da população, no serviço de contabilidade, uma cópia da prestação de contas do exercício anterior.
3. Falta crônica de verba: O orçamento da Prefeitura é calculado para cobrir os serviços básicos da cidade. Sinais de abandono ou negligência podem ser indicadores de má administração ou desvio de recurso público.

4. Parentes e amigos empregados:Uma dos artifícios mais utilizados para o pagamento de favores de campanha é a contratação de corregilionários, amigos e parentes no serviço público sem necessidade real.

5. Não divulgação dos gastos públicos (falta de transparência): A Lei Orgânica do Município obriga o prefeito a divulgar diariamente o movimento do caixa do dia anterior. Ele também deve tornar público o balancete mensal da Prefeitura.

6. Transferências de verbas orçamentárias: Remanejamentos de grandes somas são suspeitos. Desconfie de transferências de verbas acima de 5%. O prefeito pode subverter todas as prioridades originais com grandes transferências entre as rubricas. Isso pode em algumas situações ser feito para atender necessidades emergenciais, mas na maioria das vezes é feita para atender interesses eleitorais e pessoais dos prefeitos.

É preciso uma análise cuidadosa das transferências, e elas deveriam ser analisadas pela Câmara Municipal.

7. Perseguição a outros administradores honestos: Os corruptos tentam eliminar qualquer obstáculo ao seu esquema de enriquecimento ilícito. Um sinal de que há corrupção é quando há perseguição a administradores honestos.
O Sinds-Raul esta de olho. Se você desconfia de alguma irregularidade em seu setor de trabalho, cumpra seu dever de cidadão, denuncie!

sábado, 26 de novembro de 2011

Leu na VEJA? Tome cuidado.



Não deixe de ler esta revista pobre, com colunistas pseudo-intelectuais. Leia a VEJA, mas saiba criticar as intenções manipularadoras desta pequena revista, que poderia ser muito grande.
A Revista VEJA já ajudou a eleger Collor, já escondeu muita coisa quando foi de seu interesse, achou legal o Confisco do governo Collor que congelou a poupança de todos os brasileiros, estando muitos na época desempregados, e por muito tempo, durante os anos após a redemocratização brasileira, defendeu a venda escancarada de nosso país na onda das privatizações. Sempre com capas sensacionalistas, como na imagem acima, a revista já manipulou e perseguiu políticas públicas sociais que surtiram efeito para a grande maioria da população do Brasil, e prova a cada dia que realmente não conhece as necessidades do povo brasileiro. Indo além, a revista VEJA prova a cada dia que não gosta do povo brasileiro e não tem compromisso com a verdade!
Desta vez, quer criticar a expansão do ensino superior no Brasil, mesmo que ainda deixe a desejar e que não contemple a totalidade da sociedade brasileira, têm crescido consideravelmente.
Parece que incomoda o fato de muitos brasileiros estarem melhorando de vida. Incomoda que o Estado brasileiro cresça de tamanho, ampare a maior parte da população, num país que amargurou 20 anos de estagnação econômica, dívida externa e inflação altíssima, e que sempre viveu à margem das decisões mundiais, cujo povo, grande parte vive na pobreza, com baixo poder de compra, salários baixíssimos e péssima qualidade de vida. Parece que incomoda a elite brasileira, o fato de maior parte da população usufruir dos benefícios do desenvolvimento econômico e se incluir num sistema tão excludente quanto é o capitalismo.

Fonte: oplanetahomem.blogspot.com

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Governo anuncia salário mínimo de R$ 622,73 a partir de janeiro de 2012.

O governo anunciou nesta segunda-feira ao Congresso Nacional a elevação do valor do salário mínimo para R$ 622,73 a partir de 1º de janeiro de 2012. A proposta representa o cumprimento do acordo feito com as Centrais Sindicais, durante o governo Lula e mantido na administração Dilma, de reajustar o salário mínimo de acordo com o índice de inflação mais o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do ano anterior.
A política de recuperação do salário, portanto prevê reajuste com base na inflação de 2011 mais a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, que foi de 7,5%. Com a projeção de aumento do INPC haverá também aumento nos benefícios assistenciais e previdenciários para os que recebem acima de um salário mínimo.
A previsão inicial para o mínimo era R$ 619,21, mas com a revisão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 5,7% para 6,3%, houve um aumento de R$ 3,52 no salário. O reajuste consta da atualização dos parâmetros econômicos utilizados na proposta orçamentária de 2012. O anúncio foi enviado em ofício do Ministério do Planejamento. O reajuste anterior era de 13,62% e foi para 14,26% em relação ao atual valor que é R$ 545,00.
A revisão da proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 622,73 em 2012 injetará entre R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão a mais na economia. A estimativa foi realizada com base em parâmetros divulgados pelo Ministério do Planejamento ao enviar o projeto do Orçamento de 2012 ao Congresso Nacional.

Assembleia aprova novos salários dos professores

O projeto do Governo de Minas que define a política salarial de 400 mil servidores da rede estadual de educação foi aprovado na noite desta quarta-feira (23) em regime único pela Assembleia Legislativa. Mesmo com a ocupação das galerias por manifestantes, o governo conseguiu aprovar a proposta com 51 votos a favor e 20 contra.

O projeto prevê que a partir de janeiro de 2012 a remuneração mínima dos professores de nível médio passa a ser de R$ 1.122, enquanto os de nível superior passam a receber R$ 1.350. A direção do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais (Sind-UTE) não descarta uma nova greve no início do ano. Neste ano a categoria realizou uma paralisação de 112 dias, a de maior duração no Estado.

A coordenadora-geral do Sind-UTE, Beatriz Cerqueira, afirmou que o projeto substitutivo é uma imposição, por não ter passado pela Comissão Tripartite de Negociação, que era composta por deputados, sindicato e governo. O sindicato alega que foi excluído dos debates na reta final das discussões.

Segundo o relator do projeto, deputado Duarte Bechir (PMN), o embate entre sindicato e governo dificultou o andamento dos trabalhos. De acordo com ele, isso fez com que a negociação passasse a contar com apenas a participação dos deputados e do governo. “O projeto foi substituído porque era inviável ter duas tabelas de remuneração. A nova proposta premia o tempo e a qualificação do profissional”, afirmou.

O impacto nas contas do governo seria de 2,1 bilhões. O deputado João Leite, do PSDB, mesmo partido do governador, disse que normalmente esses tipos de matérias trazem uma certa tensão, mas que a proposta do governo é a possível de ser cumprida, visto a situação das contas do estado. “Se adotasse os valores pedidos, teríamos um impacto de R$ 3,7 bilhões no orçamento”, observou. O deputado tucano disse que esse número é quase o valor previsto para o investimentos do tesouro estadual em diversas áreas em 2012, que deve ficar em torno de R$ 4 bilhões.

Atualmente, são 403 mil os servidores da área de educação em Minas. Destes, cerca de 63% teriam aumentos de 40% a 70% nas remunerações até 2015, segundo a bancada governista.
(Hoje em Dia)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Coopertrim concluindo processo de recuperação da Tarza


A Cooperativa dos Trabalhadores da Indústria Metalúrgica de Raul Soares/Coopertrim realizou nesta noite de 22 de novembro, no Salão da Câmara Municipal, uma assembleia geral entre os cooperados com finalidade de prosseguir com o processo de recuperação da Fábrica Tarza que vem se arrastando por quase três anos junto aos órgãos de competência.

A empresa que mantinha a Tarza é massa falida (consolidada) e a Coopertrim, cujo presidente é Efigênio Francisco Avelino, se empenha com esforços possíveis para reativar a fábrica em sistema cooperativista, como já acontece (de forma satisfatória) com várias outras empresas produtivas no País e que tiveram o mesmo insucesso da Industrial São Sebastião.

A assembleia reunida conseguiu seus objetivos. A partir de então a Coopertrim vai solicitar do Poder Judiciário concessão de arrendamento do imóvel e maquinário e voltar a produzir a marca Tarza, conceituada no mercado e presente em mais de 20 itens de ferramentas para a agricultura, construção civil e etc.

A expectativa dos presentes se misturou à esperança, pois o imprescindível apoio para que a fábrica volte a funcionar se fez realidade na efetiva participação do ex-empregados, do poder público e da comunidade raul-soarense.
O processo de recuperação da Fábrica Tarza ruma-se à conclusão, todos desejam o imediato restabelecimento de sua linha de produção que nasceu há 65 anos pelo ideal de Cesare Tartaglia e José Raimundo de Souza.

Para formalização de arrendamento a Coopertrim conta, ainda, com apoio de renomadas instituições que se fizeram presentes nesta importante reunião, seguintes:
Uniforja - Cooperativa Central de Produção Industrial de Trabalhadores em Metalurgia, constituída em meados de 2000. Situada em Diadema-SP, em uma área própria de 65.000m2, é a maior fabricante de anéis, flanges e conexões de aço forjado de toda América Latina, representada pelo diretor José Domingos Peres dos Santos.
Unisol Brasil – é uma associação civil com fins não econômicos, de âmbito nacional, de natureza democrática, cujos fundamentos são o compromisso com a defesa dos reais interesses da classe trabalhadora, a melhoria das condições de vida e de trabalho das pessoas, a eficiência econômica e o engajamento no processo de transformação da sociedade brasileira com base nos valores da democracia e da justiça social, representada pelo coordenador geral Alexandre Antonio do Silva.
Fem – Federação Estadual dos Metalúrgicos de Minas Gerais, representada por Heraldo Silva Ferreira.
Cut-MG –
Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região, representado pelo secretário Júlio César Franca de Oliveira.
Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Confederação Nacional dos Metalúrgicos, representados pelo diretor Ubirajara Alves de Freitas.
Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
Sindicato dos Metalúrgicos de Raul Soares, representado pelo diretor José Mário Comini.
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Raul Soares, representado pelo presidente Ramilson Pires.

Estiveram presentes, ainda, a imprensa local, Nelson Alexandre, Itamar Carvalho, o advogado Luciano Garíglio Cezar, Ramilson Lopes, vereadores Ramiro Grossi, o presidente da Câmara Romeu Barbosa “Rui do Jipe”, Eimard Ribeiro e Célio Nesce, empresário César Aníbal Alves, Américo Nogueira Tartaglia e Juarez Tadeu Alves, entre outros.

A Coopertrim foi criada com objetivo principal de proporcionar o exercício da atividade profissional aos seus associados por meio da organização do trabalho em bases coletivas. E como cooperativa de trabalho de propriedade dos trabalhadores irá desenvolver esforços no sentido da indústria metalúrgica Tarza retomar o seu funcionamento. 
 
Fonte: Regional Raul Soares

sábado, 19 de novembro de 2011

Pensamentos e Sonhos sobre o Brasil _ por Leonardo Boff

Leonardo Boff
1. O povo brasileiro se habituou a “enfrentar a vida” e a conseguir tudo “na luta”, quer dizer, superando dificuldades e com muito trabalho. Por que não iria “enfrentar” também o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessárias, para criar relações mais igualitárias e acabar com a corrupção?

2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.

3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.

4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso, tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.

5. O medo é inerente à vida porque “viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.

6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.

7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: “graças a Deus”, “Deus lhe pague”, “fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.

8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.

9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.

10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.

11.Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.

12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.

Leonardo Boff é autor de: Depois de 500 anos:que Brasil queremos,Vozes 2000.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Folha de São Paulo revela para o Brasil aquilo que a imprensa mineira tenta esconder: Minas paga para os educadores o pior piso salarial do país.


Uma reportagem de capa do jornal Folha de São Paulo caiu feito uma bomba no colo do governador de Minas e seus assessores diretos, na manhã desta quarta-feira, 16. A matéria estampa com letras garrafais: "17 Estados descumprem lei salarial de professor". A lei a que o jornal se refere, ainda que tardiamente, é aquela que tem sido mencionada diariamente por milhares de educadores de todo o Brasil, a lei federal 11.738/2008, mais conhecida como Lei do Piso.

Aprovada em 2008, após 20 anos de espera - já que consta de artigo da Carta Magna de 1988 - a Lei do Piso arrastou-se por mais três anos, até ser considerada constitucional pelo STF, em abril deste ano. Apesar disso, como revela a reportagem da Folha, 17 dos 27 estados, incluindo o Distrito Federal - não cumprem a Lei do Piso. Mas, o que serviu para detonar a bomba atirada no colo do governador, atingindo em cheio as asas do tucano-padrinho, foi a revelação de que Minas paga o pior piso salarial do país. Nós já sabíamos e cansávamos de repetir isso antes, mas, quando a notícia aparece através de um veículo de comunicação de grande porte, a notícia assume uma outra dimensão, ganha uma outra importância.

O jornal revela simplesmente aquilo que os educadores já haviam mostrado através dos seus contracheques: que Minas Gerais está totalmente fora da lei, não cumpre nem o valor do salário estipulado pelo MEC - R$ 1.187,00 para uma jornada de até 40 horas, para o profissional com ensino médio -, e nem tampouco a parte da lei que diz que é preciso assegurar um terço da jornada de trabalho para as atividades extra classe.

Na tabela salarial dos estados, em relação ao piso, Minas, que está entre os três estados mais ricos da Federação, fica na lanterna, o último da fila, com o piso de R$ 369,00 para a jornada de 24 horas (ou R$ 616,00 para a jornada de 40 horas). Mesmo que se aplique a proporcionalidade do valor do piso do MEC, Minas já deveria estar pagando aos profissionais da Educação de Minas um piso de R$ 712,20 para a jornada de 24h para o professor PEB IA (ensino médio); de R$ 868,88 para o PEB IIA (licenciatura curta), de R$ 1.060,00 para o professor PEB IIIA (licenciatura plena); de R$1.293,24 para o PEB IVA (Especialização); de R$ 1.577,76 para o PEB VA (mestrado); e de R$ 1.924,87 para PEB VIA (doutorado). No lugar disso, o governo apresentou recentemente uma tabela indecente, que destrói o plano de carreira dos educadores, e cujos valores começam com R$ 712,20 para o professor PEBIA e terminam com o ridículo valor de R$ 908,00 para o professor PEBVIA, com doutorado. Um verdadeiro calote nos educadores, que têm direito ao piso implantado nas carreiras, respeitando-se os percentuais de promoções e progressões, além das gratificações conquistadas.

O governo de Minas já havia sentido o efeito negativo da campanha publicitária que promovera no último final de semana, acusando indevidamente o sindicato por estar propondo valores mirabolantes para o pagamento do piso - o valor do piso do MEC -, além de culpar o sindicato por não ter garantido a reposição do pomposo número de 1 milhão de aulas que não teriam acontecido. Na prática, com esta acusação, o governo se denunciou junto à sociedade mineira, pois quem deveria responder por tal denúncia é o próprio governo. E por último, o governo mostrou que teme desesperadamente que aconteça o boicote às provas do SIMAVE. O governo precisa dos resultados desta e de outras avaliações para exibir gráficos, geralmente não confiáveis, para o mundo externo, espetaculoso, midiático, bem ao feito do atual governo.

Todos esses elementos somados fizeram com que o governo suspendesse a reunião da Comissão Tripartite, que estava marcada para a tarde do dia 16. Na prática, o governo dissolveu essa comissão, pois logo em seguida comunicou que faria duas reuniões para tratar sobre a proposta de piso: uma em separado com os deputados, na sexta-feira; e uma outra na segunda-feira, com o sindicato.

A impressão que fica é que o governo tinha uma proposta indecente para apresentar. Já havia armado o campo de ataque através da propaganda de final de semana. Pensava que bastaria uma nova carga de desmoralização e humilhação dos educadores para jogar toda a comunidade contra os educadores, e assim o governo poderia apresentar a tal proposta indecente, que não haveria reação e os deputados de sua base estariam à vontade para homologar a proposta do governo. Afinal, a assembléia dos deputados de Minas tem o papel homologativo, cuja maioria não representa a população, mas apenas ao governo do estado.

Contudo, nos cálculos de laboratório do governo não entraram os elementos da subjetividade das massas, a resistência e luta dos educadores, e o próprio elemento surpresa, uma verdadeira bomba, que foi a matéria da Folha de São Paulo. A reação da comunidade ao novo ataque midiático do governo tem sido enorme, em desfavor do governo. Estão todos assustados com a realidade de miserabilidade dos mestres de Minas, responsáveis pela Educação dos filhos dos trabalhadores. "Então vocês estudaram e se formaram para ganhar menos que R$ 1 mil reais?" - perguntaram-me alguns moradores. Claro que os e as tecnocratas do governo, fechados em seu próprio mundo, não conseguem perceber o efeito devastador na consciência do cidadão comum, quando vê um governo destratar de tal forma aos educadores, enquanto constrói estádios de futebol e cidades administrativas.

A notícia reveladora da Folha de São Paulo - reveladora para alguns, não para nós educadores do Brasil, claro - mostrara, ainda, o quanto uma imprensa subserviente e vendida causa um estrago muito grande no nosso meio. Foi preciso que um jornal de outro estado (mesmo admitindo-se que esteja a serviço de interesses outros) fizesse tal denúncia, pois a grande (em negociatas, não em jornalismo) imprensa mineira continua muda, sem nada enxergar além daquilo que o rei permite que ela enxergue. Certos jornalistas desta grande mídia, tal como certos procuradores da justiça, desembargadores e deputados funcionam como verdadeiros assessores do governo, sem qualquer autonomia moral e intelectual para exercerem a função que lhes compete.

Em dezenas de escolas da rede pública de Minas aconteceu, também no dia 16, a redução de jornada aprovada na última assembléia da categoria. Esta iniciativa se estende até o dia 18, quando acontecem assembléias e reuniões locais em várias partes de Minas Gerais, com a participação de educadores, estudantes e pais de alunos.

O governo de Minas e seus apoiadores ficam numa posição cada vez mais desconfortável. Todas as desculpas inventadas são derrubadas, uma a uma. Quando dizem que pagam até mais que o piso através do subsídio, escondendo da população que 153 mil educadores optaram pelo antigo sistema de vencimento básico, aparece um jornal de alcance nacional dizendo: vocês não cumprem a lei, não pagam o piso, ou melhor, pagam o menor salário-base do país para os educadores. Quando tentam dizer que a maioria optou pelo subsídio, nós respondemos: então está muito fácil de resolver o problema: pague o piso para a minoria que ficou no antigo sistema, pois isso não causará nenhum impacto no orçamento do estado. Mas, aí eles logo dizem que o piso nas carreiras terá um impacto de pelo menos R$ 1 bilhão ou mais. Uai, perguntamos mineiramente: mas o subsídio não representava um valor maior do que o piso? A maioria dos servidores não optou por aquele sistema? Então que impacto é este?

Como se não bastassem todos esses argumentos - além das desculpas, como a crise da Europa que segue em dispara rumo a Minas Gerais - há que se considerar ainda um dado demolidor, retirado da própria lei do piso: o governante que provar não ter dinheiro em caixa para pagar o piso, poderá pedir a ajuda do governo federal. Então, qual desculpa para não pagar o piso?

E aqui, não podemos deixar de renovar a nossa crítica ao falastrão do ministro do MEC, que na reportagem da Folha aparece dizendo que a lei era para ser aplicada imediatamente, mas que os governos não a cumprem, então ele nada podia fazer. Como assim, senhor ministro da Deseducação do país? Com que direito você fala uma coisa dessas? Então os governantes podem ou não cumprir a lei impunemente, de acordo com a conveniência de cada um?

Ora, se é assim, vamos generalizar essa prática. Todos nós, cidadãos brasileiros, tendo como base a conduta e o mau exemplo dos governantes brasileiros, estamos no direito de desrespeitar qualquer lei, ao sabor dos nossos interesses pessoais ou de grupos? Então é assim? Pois sim!

Portanto, a semana, que praticamente teve início nesta quarta-feira, pós-feriado de 15 de novembro, data da proclamação de uma república que continua parecendo cada vez mais uma republiqueta de banana do que uma República, maiúscula, uma "res" (do latim: coisa) "pública", coisa pública, coisa do povo, como deveria ser, mas que, graças aos infelizes atos de tantos governantes e seus apoiadores - grandes empresários, banqueiros, latifundiários, empreiteiros e outros tipos mais -, mais se parece com uma cosa nostra, entre famiglias de alguns poucos. Coisa pública coisa alguma!

Mas, apesar disso, a luta e a resistência dos educadores prosseguem. Nova assembléia com paralisação está marcada para o dia 22. O NDG se mobiliza e reúne-se em BH e em outros cantos de Minas no dia 26; e prossegue o nosso combate diário, levado adiante por centenas de educadores e apoiadores através da Internet e em cada escola de Minas Gerais. Estamos maltratados, fomos humilhados pelo governo, estamos financeira e emocionalmente abalados, mas estamos de pé, com dignidade, com coragem e com determinação para levar adiante a nossa luta, até a nossa vitória.

Não vamos abrir mão do piso a que temos direito, e nem tampouco vamos esquecer as perdas que o governo impôs em 2011. Estão todas contabilizadas no caderno de milhares de educadores mineiros. E em todo o país, cresce o movimento pela realização de uma grande greve nacional em 2012, por tempo indeterminado - proposta, aliás, aprovada pelos bravos e bravas educadores do Pará em assembléia -, para arrancar de uma vez por todas um piso salarial decente e uma carreira nacional e, consequentemente, pela verdadeira valorização dos educadores. Com o apoio da CNTE, se possível. Por cima dela, se necessário.

Fonte: Blog do Euler.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Analfabetismo e votos


                                         

                                                 Analfabetismo no Brasil  
     
     Segundo o INEP o Brasil possui cerca de 16 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais e 30 milhões de analfabetos funcionais, isto é, pessoas sem capacidade entender, interpretar o que estão lendo, porém isto é definido oficialmente como pessoas com 4 ou menos anos de estudos, portanto deduz-se como pessoas que entende pouco ou não entendem o que estão lendo. Na pesquisa do INEP são também abordados  tangencialmente ao mesmo assunto- analfabetismo- dados "por faixa etária, gênero, raça, localização (rural e urbana) e renda domiciliar".

                            Relação do analfabetismo entre classes

   O analfabetismo está estritamente ligado a pobreza. Há uma relação nas premissas a seguir que se completam:  Há pobreza, portanto analfabetismo. Há analfabetismo, logo pobreza. Segui-se então com a estatística desta mesma Instituição, o INEP, que diz que nos domicílios que possuem renda superior a 10 salários mínimos, o índice é de apenas 1,4%, enquanto que nas famílias que possuem renda inferior a um salário mínimo o índice alcança 29%. A informação que segue, infelizmente, é que 37% destes analfabetos se encontram nas regiões Norte e Nordeste. 

         São incríveis os dados tendo em vista que as regiões Norte e Nordeste são demograficamente menos densas em número significativo se em comparação com apenas uma região, o Sudeste. Enquanto que somadas as regiões Norte e Nordeste obtêm 64 milhões de habitantes- antigo senso 2000- em território de 2.407.561 Km², no Sudeste há uma população de 77 milhões de habitantes e de território  927 286 km². Norte e Nordeste têm juntos mais terras e menos população. Sudeste tem uma população maior e um território em torno de 50% menor. Lembrando que o Norte sozinho tem quase 50% da totalidade do território Nacional e São Paulo tem o PIB maior que o Chile, país desenvolvido, 1º mundo.

         Por que o Estado de São Paulo com o PIB maior que o Chile não extermina a miséria, o analfabetismo e consequentemente a violência absurda? A renda Per Capita em 2010 do Brasil ultrapassou 10.000 DÓLARES, isto é, em REAIS seria algo parecido com 16 mil para cada habitante de nosso país, o que resultaria por exemplo em uma família de 3 pessoas uma renda família em torno de 48.000 reais. Imagine uma família com renda de 48. mil reais? Contudo é claro que se o PIB fosse dividido para cada pessoa empresas, hospitais, governos, tudo iria falir. A renda Per Capita não serve para isto, porém para se ter uma noção do que uma valorização do trabalhador e uma distribuição de renda descente seriam  capazes de fazer com um país. O problema é que tem um pessoal que não trabalha, apenas brincam de especular ( especulação científica) e por em prática como que através de verdadeiros trabalhadores irão aumentar suas riquezas. Estes sim, deveriam ser cassados e não caçados, se violência, porém Henry David Thoreau nos lembra em seu livro de resistência pacífica com o título de "Desobediência Civil" que existem muitos crimes que são legalizados pelo que Althusser chama de Aparelho ideológico de Estado Jurídico - entre outros mas especificamente este-, e estes "crimes legalizados" assegurados pelos "Aparelhos repressivos de Estado" contra reações não desejadas, através do meio militar e ainda outros. Não seriam a câmara de deputados e senadores um meio de "Aparelho ideológico de Estado"? Exagerado eu? Talvez, por ser leigo!



                                           
                                                    Pensamentos sobre:                                      
             Quem lê menos sabe menos e não entende, grosso modo, a linguagem escrita quando a mesma é falada por meio de comunicações como o telejornal, rádio. O que acontece é que em jornais de linguagem mais acessíveis seja televisivo ou não o foco e a maneira que se passa a notícia é diferente. Não seria errado afirmar que a alfabetização dele não deve ser neutra, deveras também que por mais que se tente neutralidade sempre permanece uma forma política. Com este pensamento o que posso deduzir? Deduzo e tento te induzir a pensar que analfabetos, cerca de 46 milhões, isto é, mais de 1/3 dos eleitores, não possuem a priori, qualificação para votar, talvez muita força de vontade. O que quero com isso? Anulação do direito de voto dos analfabetos? Não, claro que não, este é o caminho elitista. É o caminho dos 10% dos ricos de nosso país que possuem em torno de 70% do PIB de nosso país. 

            Não, anulação do direito do voto de analfabetos passa longe do que penso, o ideal sim, é que sejam educados, que haja educação pública com total qualidade, porém não existe esta possibilidade em nível de diálogo com quem não interessaria esta opção. Por quê? Imagine colégios públicos, todos com qualidade do São Bento, CAP da UERJ, etc., não acham que colégios particulares iriam falir? Se houvesse Hospitais Públicos, no caso todos, fossem a nível do famoso hospital particular Sírio Libanês, haveria uma redução incalculável (?) de hospitais particulares. É jogo para a elite? Acredito que quanto mais informados, analfabetos e não analfabetos, se dá cada vez mais segurança para ação nacional, senão mundial em defesa do Respeito e Tolerância, Educação, Ciência e Economia Solidária. Quanto mais informação e assimilação da mesma em resultado imbuído de amor, sabe-se que a violência não é maneira de resolver, todavia com uma resistência pacífica. Não sei se voto resolveria tudo, minha intuição anarquista diz que não resolve, mas tenho plena certeza de que voto correto Exército da Paz dos Conhecedores poderá mudar significativamente o mundo. É preciso sobretudo não apenas falar do analfabetismo, apesar de por si só gritante em grau de situação, mas de uma espécie de "analfabetismo" moral, não digo a implicação do esforço de realização da moralidade que o Estado propõe, mais de uma Nova Moralidade, onde segundo Moacir Gaddoti, Leonardo Boff, Teilhard de Chardin, Paulo Freire, entre outros nomes que dariam muitas e muitas páginas, enfim, onde se enxerga o nós e não o eu, diga-se de passagem que o nós não de forma antropocêntrica, contudo no sentido do nós como cosmos, uma completude de tudo quanto é vida e efeito dela, da terra como organismo vivente, tanto consequente quanto causa e o ser humano como interventor neste espaço em que vivemos. Não há pátrias, porém uma  pátria, somos todos viventes da mesma terra. Não há fronteiras, apenas "linhas imaginárias", são todas estas separações reflexos da imperfeição dos homens. Moramos na terra, nossa pátria é a humanidade, nossa energia de sobrevivência são os outros e a natureza.             
       Somos uma família com convulsões que espero serem resolvidas a partir do presente para o futuro com o exemplo do passado.

Fonte: Blog Presoporfora

domingo, 6 de novembro de 2011

O que diziam sobre o capitalismo era verdade




Numa entrevista para o The New York Herald em 1921, Lenin afirma:

"Algumas pessoas nos Estados Unidos chegaram à conclusão de que os bolcheviques são uma panelinha de homens muito malvados que exerce tirania sobre um vasto número de pessoas muito inteligentes que formariam um governo admirável entre eles mesmos no momento em que o regime bolchevique fosse derrubado."

O admirável sobre essa propaganda anti-comunista é quão tediosamente similar ela tem se mantido ao longo de quase 90 anos, e quão difundida ela permanece. De qualquer modo, visto que essas panelinhas “de homens muito malvados” foram agora derrubadas e substituídas pelos “governos admiráveis” de “pessoas muito inteligentes”, seria o caso de examinar as condições dos países “pós-comunistas” da Europa oriental.

Num comentário em minha postagem anterior, Marx, satanista?, Tamara chamou-me a atenção para uma pesquisa recente feita na Romênia:

"Só 27 por cento dos romenos afirmam que o comunismo era “errado”, enquanto 47 por cento responderam que “era uma boa ideia, mas mal aplicada” e 14 por cento acham que foi “uma boa ideia e bem aplicada”. Impressionantes 78 por cento afirmam que nem eles nem suas famílias jamais sofreram debaixo do comunismo."

E tudo isso tomou lugar sob aquele ditador perverso e odiado, Nikolai Ceausescu.

Passemos então para a Bulgária, um lugar que conheço muito bem. Num livro recente, Lost in Transition: Ethnographies of Everyday Life after Communism/Perdido na transição: Etnografias do cotidiano depois do comunismo, Kristen Ghodsee observa uma crescente nostalgia pela era comunista. Mas por quê, especialmente em se tratando de um estado supostamente stalinista? Quando o capitalismo foi repentinamente imposto em 1989, uns poucos estrangeiros com boas conexões e uma nova classe de oligarcas e criminosos locais assumiram os ativos que haviam pertencido anteriormente ao estado – aqueles que chamaríamos de “empresários”. A gente comum sentiu-se roubada, e muitos perderam seus empregos justamente no momento em que o sistema previdenciário do estado era desmantelado. E será que isso só ocorre na Bulgária? De forma alguma: é o capitalismo em sua forma de sempre.

Tenha em mente que esses são estados que eram supostamente modelos de uma ditadura insuportavelmente repressiva. Não estamos falando, por exemplo, da Iugoslávia, que era com frequência tomada como exemplo de um comunismo mais humano e viável. E enquanto falamos da Iugoslávia: quatro em cada cinco pessoas com as quais falo sobre “a antiga I” me dizem que ela funcionava muito bem.

Prevejo que esta seria a brecha para uma resposta bem lubrificada da direita:

“Claro, é natural que os mais velhos tenham saudade das ditaduras e autocracias, porque essas lhes forneciam algumas certezas na vida, por mais difícil que fosse a situação. Mas podemos com segurança ignorar essas debéis nostalgias dos mais velhos…”

Papo-furado. Conheci russos jovens, nascidos depois ou logo antes de 1989, que erguem copos e brindam à antiga União Soviética. Acrescente-se a isso – como informa-me um colega de Kiev depois de muita pesquisa – que apenas um, talvez dois, dos países do bloco oriental chegaram a alcançar o PIB de 1989 – e isso depois de mais de duas décadas de capitalismo.

Talvez, apenas talvez, as pessoas encontrem de fato valor em coisas como cobertura de saúde e educação universais, desemprego zero, dias de trabalho mais curtos e tempo de sobra para encontrar-se e conversar. Talvez, apenas talvez, economias planejadas sejam de fato melhores. Até mesmo o odiado (na Europa oriental) e ex-anti-comunista Zizek parece concluir que o comunismo era superior. Como ele coloca: tínhamos segurança do berço à sepultura, nunca levávamos nossos governantes a sério e tínhamos o Ocidente mítico com o qual sonhar.

Finalmente, há o que um amigo que morava num desses lugares me disse há algum tempo:

“Quando nos ensinavam sobre o capitalismo na escola, todos achávamos que ele não tinha como ser tão terrível quanto diziam. Achávamos que nossos professores estavam inventando tudo aquilo. Hoje, vivendo sob o capitalismo, entendo que o que eles diziam era verdade.”

Roland Boer, Was life under Communism better?

Fonte: Blog Presoporfora

A Ponte do Bilhão no Amazonas







É possível que você fique chateado com a administração deste país após ler este post…


Ponte Rio Negro é um marco na integração da região Metropolitana de Manaus, no Amazonas

Com 3.595 metros de comprimento, a Ponte Rio Negro é considerada a maior ponte estaiada (com 400 metros de trecho suspensos por cabos) do Brasil em águas fluviais e a segunda no mundo, atrás apenas da ponte sobre o rio Orinoco, na Venezuela.


O custo total da obra é de R$ 1,099 bilhão. O montante inclui, além dos 3.595 metros da ponte, obras complementares. A velocidade máxima permitida ao longo da ponte é de 60 quilômetros por hora. O trânsito de bicicletas não será permitido. Os pedestres poderão andar na ponte em área reservada, nas partes laterais.


1 bilhão de reais é muito dinheiro. Daí eu me perguntei se este pode ser o valor normal para uma ponte de 4 km, ou não. Vejamos a famosa ponte Rio-Niterói, que tem 13 km de extensão custou na época 289 milhões de Cruzeiros novos, sabe quanto isso dá em Reais? Não? Nem eu… então vamos pro próximo exemplo.

Na Venezuela, temos a maior ponte da América Latina, com 11 km de extensão feita pela Odebretch, que também faz algumas obras aqui. É chamada de Ponte Mercosul. Custou 990 milhões de dólares. O detalhe é que além de 4 pistas, ainda tem um trilho abaixo para o trem passar.

Isso sem falar da maior ponte do mundo, na China, chamada Ponte Qingdao Haiwan que tem 42km de extensão e custou 3.6 bilhões de reais.

E achei uma ponte com características semelhantes à brasileira (já que também tem 400 metros de trecho suspenso), porém menor no comprimento. A ponte é a Thuan Phuoc e fica no Vietnã. Tem quase 2 km de extensão e custou… e custou… 42 milhões de dólares.

Ou seja, não sei o que eles usaram na ponte no Vietnã, mas sei que passam carros e ela está suspensa até hoje. Portanto para aumentá-la em 2 km não creio que seja necessário mais 920 milhões de reais, não é mesmo… Já 1 bilhão para uma ponte de 4km. Oi??

Infelizmente o Brasil descobriu um jeito de desviar recursos que é muito perigoso, que é desenvolvendo o próprio país.
 
Fonte: Blog Tribo Jovem

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Declare Seu Amor a Raul Soares.

Projeto

Esta Campanha tem por finalidade reunir as pessoas que gostam de Raul Soares em torno de um projeto: formarmos uma Associação de Amigos de Raul Soares. Desta Associação irá ser eleito um Conselho, com as funções de fiscalizar a administração e o legislativo, fazer um levantamento dos problemas da Cidade, ordená-los pelo critério de urgência, propor soluções, e quando possível trabalhar para resolvê-los. A Associação irá ouvir as pessoas, tanto em suas reclamações quanto nas suas propostas de solução. O foco maior de atuação será no campo da Educação, entendida como o pilar e ponto de apoio e interseção de todas as outras áreas. Com uma proposta de integração, a atuação irá ocorrer em todos os campos: Saúde, Cultura, Esporte, Lazer, Obras, etc., tudo isso unido pela Educação.

Neste ponto vale ressaltar que a “Educação” aqui referida não será dirigida somente aos jovens, mas a toda população. Abrangerá capacitação profissional e qualificação técnica, bem como educação política e conscientização de que vivemos integrados a um bem comum que é Raul Soares, cabendo à todos parcela de responsabilidade no cuidado com a Cidade.

A Associação não se vinculará a nada que não seja o interesse comum em melhorar a cidade que amamos. Ela não estará subordinada a nenhum interesse personalista, econômico, religioso, político ou ideológico. O foco será sempre o amor por Raul Soares. Toda idéia ou reclamação, bem como a composição da lista de prioridades, e toda e qualquer decisão a ser tomada será feita por votação direta e majoritária, como reza uma verdadeira democracia.

Num segundo momento pretende-se criar formas de se por em prática esse projeto amplo de democracia direta que irá abranger toda a Cidade e até mesmo pessoas que aqui não mais residem, mas conservam raízes familiares ou sentimentais com Raul.

Nesta primeira etapa do projeto, o objetivo maior será despertar o interesse das pessoas em ajudar na melhoria da cidade e de alguma forma que eles se comprometam a isso. O meio eleito para tanto foi a propositura da Campanha “Declare seu Amor a Raul” onde visamos fazer nascer nas pessoas um sentimento de responsabilidade em cuidar da NOSSA CASA, seja com atitudes isoladas, seja trabalhando em conjunto.

Estaremos divulgando a idéia através dos meios digitais e não digitais de comunicação, como Rádio, jornais, blogs, redes sociais, emails, cartas, cartazes etc. Como forma de motivar e atrair o interesse das pessoas pensou-se em desenvolver um trabalho com camisetas, que serão confeccionadas com uma estampa que declare o Amor a Raul. Estas estampas serão criadas por alguns dos vários artistas da cidade num concurso a ser realizado para decidir os vencedores. Das diversas camisas a serem feitas, algumas serão distribuídas às pessoas que com alguma atitude declarar seu Amor a Raul. Outras postas à venda para recolher fundos para a Associação.



PRIMEIRA IDÉIA DE UM CRONOGRAMA:



1ª Fase: De outubro a dezembro


1. Composição de um grupo preliminar que acompanhará toda a primeira fase do projeto. Este grupo será composto de pessoas a serem convidadas e pelas que se oferecerem a ajudar atendendo aos apelos da divulgação.


2. Divulgação da Campanha e levantamento de fundos para as primeiras camisas.

3. Concurso para definirmos as estampas das camisas.

4. Confecção das camisas a serem postas a venda.

5. Confecção das camisas que irão compor “edições limitadas” a serem presenteadas às pessoas que declararem seu amor a Raul por meio de alguma atitude louvável.

6. Definição do local onde se realizará a primeira reunião.


2ª Fase: Dezembro.

Aproveitando da época em que a maioria das pessoas que moram e estudam fora da cidade vem para Raul Soares faremos:

1. Primeira reunião geral para a formação da equipe que irá fundar a Associação.

1.1. Essa equipe ficará responsável em definir quais os pontos do estatuto serão postos em questionamento e votação.

1.2. Essa reunião acontecerá ao mesmo tempo de forma presencial e virtual, onde computadores estarão conectados para receber os votos e opiniões daqueles que não quiserem se deslocar até o local escolhido.

2. Confecção do estatuto da Associação de maneira integrada, com discussão na internet, na Rádio e nas ruas sobre os pontos mais relevantes do regulamento.

3. Com a finalização do estatuto, termina a segunda fase.


3ª Fase: Janeiro.

1. Segunda reunião geral, primeira da Associação de Amigos de Raul.

1.1.Nesta reunião será definida a diretoria da Associação seguindo-se o que vai rezar o seu estatuto.

2. Sugestão de definição de alguns meios de se efetivar a participação do maior número de pessoas possível.


3. Definição dos próximos passos a serem seguidos.


Se você tem interesse em declarar seu amor a Raul e participar desde a primeira fase do projeto, mande um e-mail para declareseuamoraraul@gmail.com com seu nome completo, RG, endereço e telefone de contato. Sua ajuda será fundamental, contamos com você!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Brasil ocupa 84ª posição entre 187 países no IDH 2011


O relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado nesta quarta-feira (2) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classifica o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil em 2011 é de 0,718 na escala que vai de 0 a 1. O índice é usado como referência da qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em índices econômicos.
O país com mais alto IDH em 2011 é a Noruega, que alcançou a marca de 0,943. Os cinco primeiros colocados do ranking são, pela ordem, Noruega, Austrália, Holanda, Estados Unidos e Nova Zelândia. Segundo o Pnud, o pior IDH entre os países avaliados é o da República Democrática do Congo, com índice 0,286. Os cinco últimos são Chade, Moçambique, Burundi, Níger e República Democrática do Congo.
A metodologia usada pelo Pnud para definir o IDH passou por mudanças desde o relatório divulgado em novembro de 2010. O índice que se baseia em dados como a expectativa de vida, a escolaridade, a expectativa de escolaridade e a renda média mudou a fonte de alguns dos dados usados na comparação. A expectativa é ter os mais recentes dados comparáveis entre os diferentes países.
No ano passado, o Brasil aparecia classificado como o 73º melhor IDH de 169 países, mas, segundo o Pnud, o país estaria em 85º em 2010, se fosse usada a nova metodologia. Desta forma, pode-se dizer que em 2011 o país ganhou uma posição no índice em relação ao ano anterior, ficando em 84º lugar.
Desenvolvimento humano elevado
O Pnud não soube indicar o que motivou a mudança de classificação do Brasil. Mas, analisando os indicadores avaliados – expectativa de vida, anos médios de escolaridade, anos esperados de escolaridade e renda nacional bruta per capita – dois tiveram mudanças: expectativa de vida e renda nacional bruta.
O Brasil aparece entre os países considerados de "Desenvolvimento Humano Elevado", a segunda melhor categoria do ranking, que tem 47 países com "Desenvolvimento Humano Muito Elevado" (acima de IDH 0,793), além de 47 de "Desenvolvimento Humano Médio" (entre 0,522 e 0,698) e 46 de "Desenvolvimento Humano Baixo" (abaixo de 0,510).
De acordo com os dados usados no relatório, o rendimento anual dos brasileiros é de US$ 10.162, e a expectativa de vida, de 73,5 anos. A escolaridade é de 7,2 anos de estudo, e a expectativa de vida escolar é de 13,8 anos.
O cálculo de IDH alterou neste ano a fonte de informação sobre renda dos países. O dado agora passou a ser alinhado ao Relatório do Banco Mundial. O problema é que o dado dessa fonte é mais antigo (de 2005) do que o usado no relatório IDH de 2010 (que era de 2008). Os números foram ajustados e a comparação possível é que passamos de uma renda nacional bruta per capita de US$ 9.812 , em 2010, para US$ 10.162  em 2011.
No material divulgado pelo Pnud é possível comparar as tendências do IDH de todos os países por índice e por valor total desde 1980. O destaque no caso brasileiro é para a renda, que aumentou 40% no período. No mesmo tempo, a expectativa de vida aumentou em 11 anos; a média de anos de escolaridade aumentou em 4,6 anos, mas o tempo esperado de escolaridade diminuiu.
Novos índices
Além do valor usado tradicionalmente para indicar o desenvolvimento humano de cada país, o relatório deste ano apresenta novos índices: IDH Ajustado à Desigualdade, Índice de Desigualdade de Gênero e Índice de Pobreza Multidimensional.
O IDH ajustado à desigualdade faz um retrato mais real do desenvolvimento do país, ajustando às realidades de cada um deles. Com isso, o IDH tradicional passa a ser visto como um desenvolvimento potencial. Levando a desigualdade em conta, o Brasil perde, em 2011, 27,7% do seu IDH tradicional. O componente renda (dentre renda, expectativa de vida e educação) é que mais influi nesse percentual.
No índice de desigualdade de gênero, o Brasil fica em patamar intermediário quando comparado com os BRICS. O índice brasileiro é de 0,449. Rússia tem 0,338; China, 0,209; África do Sul, 0,490% e Índia, 0,617.
Já o Índice de Pobreza Multidimensional é uma forma nova, mais ampla, de verificar quem vive com dificuldades. No lugar da referência do Banco Mundial, que considera que está abaixo da linha de pobreza quem ganha menos de US$ 1,15 por dia, o novo índice aponta privações em educação, saúde e padrão de vida.
Segundo o Pnud o índice pode não ser tão importante para a situação do Brasil quanto para a de países da África, pois, no Brasil, quem tem renda pode ter o acesso facilitado à qualidade de vida. Em alguns países, porém, esse acesso não depende exclusivamente de recursos financeiros (às vezes, o país tem infraestrutura precária demais, por exemplo).
Essa nova medida é uma forma interessante de avaliar as políticas de transferência de renda e verificar se essas ações realmente estão mudando a vida da população mais necessitada.

Fonte: G1