quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PRIVATARIA TUCANA - Para o conhecimento das novas gerações.


Para o conhecimento das novas gerações e para que não caia no esquecimento.‏



Carlos Augusto de Araujo Doria

Não quero discutir ideológicamente a privataria do governo do FHC nem os seus resultados econômicos e sociais, que são bem conhecidos.
Para mim, independente da grande negociata que foi, que enriqueceu muita gente amiga do Rei, foi um "crime de lesa-pátria", que prejudicou e continua prejudicando muita gente, com os altos custos e baixa qualidade dos serviços oferecidos.
Só quero que não caia no esquecimento e que as novas gerações saibam que esse que foi o maiorassalto contra o nosso patrimônio público, e o que é pior, feito na maior parte com nosso dinheiro.
Tal assalto já havia sido mostrado no livro do Aloisio Biondi, intitulado"O Brasil Privatizado", que está esgotado.
Agora o livro "Privataria Tucana", do Amaury Junior volta ao assunto,respaldado em um série de documentos que coletou ao logo de 10 anos de pesquisas.
As privatizações, as grandes e as pequenas, todas elas, foram financiadas com recursos públicos.
Privatizações à brasileira.
"Foram sustentadas pelos Fundos de Pensão, que são estatais, pelo BNDES, que é estatal, e pela aceitação, pelo valor de face, de papeis oficiais que, no mercado, valiam um terço do valor escrito.(moedas podres)
É o caso dos Títulos da Dívida Agrária, das Obrigações da Sidebrás, dos recursos obtidos e, 1975 pela colocação no mercado do empréstimo compulsório destinado à Eletrobrás.
Só a operação decorrente da diferença entre o valor de face e o valor real reduziu em dois terços os desembolsos dos grupos que assumiram as empresas.Caso da Vale do Rio Doce, da Cia. Siderúrgica Nacional, da Embraer.
Em alguns casos, a coisa chegou a tal ponto que o poder público pagou para vender bens que lhe pertenciam.
No caso do sistema Telebrás, me lembro de uma entrevista do ministro Sérgio Motta, onde declara que tal sistema estava avaliado em U$ 150 bilhões.
Foi vendido (entregue), por um valor irrisório.
Caso da absorção do BANERJ pelo Itaú, governo Marcelo Alencar, do PSDB.
Trezentos e cinquenta milhões pelo ativo (de graça) e sem passivo.
O Estado do Rio de Janeiro assumiu uma dívida de 1 bilhão e 900 milhões junto à Caixa Econômica para zerar o passivo trabalhista e o fundo complementar de aposentadoria que garantiu vencimentos integrais aos funcionários.
Mesmo assim o ITAÙ pagou um terço dos 350 milhões com base no valor de face de papeis comprados por um terço. O governo RJ assumiu uma dívida alta para entregar o Banerj ao ITAÚ por um sexto desse montante.", como escreveu o jornalista Pedro do Coutto, da Tribuna na Internet.
Por muito menos, vejam o que aconteceu com os entreguistas amigos do FHC:
No México, o presidente Carlos Salinas de Gortari, santo padroeiro das privatizações (ele entregou o México ao Slim), hoje um dos homens mais ricos do mundo, fugiu para Nova York num jatinho, como escreveu o PHA.
O presidente da Bolívia, Gonzalo Sánchez Lozada, que entregou até a água do país, fugiu para Miami aos gritos de “ assassino !”.
Fujimori, o campeão das privatizações peruanas,grande amigo do FHC, admitiu pagar propinas ou “briberization” – expressão do Joseph Stiglitz, que o Amaury gosta de usar – no valor de US$ 15 milhões.

Nas últimas eleições peruanas tentou fazer sua filha presidente do Perú.

Na Argentina, ninguém, mais fala “Menem”, outro amigão do FHC e que só faltou entrega a própria alma.

"Quando é para se referir ao herói da privatização argentina, “el saqueo”, o presidente Carlos Menem, se diz “Mendéz”, para não dar azar.", escreveu o PHA.

Menem fugiu para o Chile atrás de uma starlet e voltou para a Argentina munido de um mandato deSenador, para não ir em cana, como lembrou o PHA.

O Daniel Dantas lavou e deslavou dinheiro e foi solto pelo Gilmar Dantas, digo Gilmar Mendes, tendo sido um dos maiores beneficiados com a privataria tucana. Tá livro e solto por aí.
O Carlos Jereissati e Sergio Andrade compraram a Telemar com ajuda de uma “briberization” ao Ricardo Sérgio e, segundo o livro do Amaury, se sentiram achacados por terem que pagar "uma baba" ao Ricardo.
Deve ter pago "constrangido".
A Vale também teve “briberization”, ofertada ao mesmo chefe da Tesouraria das campanhas de Serra e Fernando Henrique, o ínclito Ricardo Sérgio.
O Ricardo Sergio lavou, deslavou, cuidou da filha do Serra e do genro do Serra.
O FHC entra no diálogo com o André Lara Rezende a tramar um lance da privatização.
Entre o Ministério das Comunicações e o BNDES entrava consorcio por uma porta, saía outro pela outra, entrava a Previ por um lado, o dinheiro do Banco Brasil por outro, a Elena Landau, grande musa das privatizações, saía por uma porta, o Arida entrava pela outra – tudo no limite da “irresponsabilidade !”.
“Se der m …” (está tudo em matérias antigas da Veja)
Roubaram em todos os tempos e modos, diria o Vieira, como lembra o PHA.
Segundo o Aloysio Biondi, que analisou o papel das “moedas podres” e dos empréstimos do Mendonção no BNDES, O BRASIL DO FHC E DO SERRA PAGOU, PAGOU PARA VENDER AS EMPRESAS ESTATAIS.
O Amaury cita o Bresser Pereira, ex-ministro do FHC: “só um bobo dá a estrangeiros serviços públicos como as telefonias fixase móveis”. (eu acrescento, serviços estratégicos)
“Um bobo ou esperto”, ponderou o Amaury, no seu livro.
Espertíssimo !
O Delfim costuma dizer que o Serra e o FHC “venderam o patrimônio e endividaram o país !”, dois jenios ! como diz o PHA.
E espertos !
O Fujimori na cadeia, o Sanchez Lozada em Miami, o Salinas escondido num bunker na cidade do México,o Mendéz refugiado no Senado, e o FHC no Roda Viva a pregar a Moralidade !
Só uma perguntinha? cadê o jornalista do O Globo", o Élio Gaspari,que cunhou o termo "privataria"? Não tem nada a dizer sobre o livro?
Será que é porque "O Globo"está, assim como os outros veículos do PIG escondendo o livro, numa atitude que mostra a hipocrisia dessa gente, que vive falando em liberdade de imprensa?

O jornalista Ricardo Kotscho fez também uma perguntinha no seu blog: Liberdade de Imprensa: para quê, para quem? simples assim.
Fonte: Blog de um sem midia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário