Faltou o arroz,
Faltou os feijão,
Faltou os pedaço da calça,
Mas não dos nosso coração.
Meu trabaio é trabaioso,
Já nasceu inté caroço,
Ganho pouco e crio os fio,
Falta tudo e meu arrepio.
Pros meus fio ensinei
Que chorá num é de macho,
Óio pros guri cum fome
E cum fome óio eles.
O choro é de soluçar
E eles vem mi preguntá
Se o papai trabaiador
Agora já num é mais macho.
Respondo firme que sim,
Lamento muito no pensar
E frouxamente me respondo
Se sou macho: chorando assim? Eu acho...
Tem épocas na minha terra
Que num dá nem pra prantá.
O coronér aponta os rifle,
Só me ponho a rezá.
Diz que culpa é toda nossa,
Porcos, pobres e nojentos
Que amaldiçoaram esta terra,
_Ocês vão tê qui pagá, seus malditos lazarentos!
De novo me ponho a chorá,
Será que sou cabra macho?
Chorando assim, pelo meno eu acho!
A Deus pregunto
Que se na terra nada nasce
Se é purquê num tenho fé,
Fico sem ouví resposta,
A enxada, a fome e a roça,
As picada dos musquito
E as ferida nu pé.
Além de viver com fome
De sobra ainda tem as espingarda dos homi.
Um pidido humilde faço
Aos político e coronér,
Nos ajuda nesta vida
Que é pra trabaiá de pé.
Hoje a fome era tanta
Que quando isso iscreví,
Não sei se errei as letra
Ou se elas eu cumí.
Que legal, muito feliz por ver a poesia do velho aqui!!! E logo no blog de um sindicato que tem parceria coma Conlutas, Central Sindical que o velho gosta...
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