quinta-feira, 14 de abril de 2011

Manifestação dos servidores públicos conquista retomada de negociações com governo.

Servidores públicos de todo país demonstraram a força da categoria na Campanha Salarial  ao reunir, segundo informações das entidades, cerca de 15 mil pessoas em marcha realizada nesta quarta-feira (13) em Brasília.

O dia de luta teve inicio já de manhã, quando aproximadamente mil pessoas organizadas pela CSP-Conlutas e CNESF (Coordenação Nacional das Entidades de Servidores Federais) tomaram o Plenário da Câmara dos Deputados e exigiram a rejeição do  Projeto de Lei 1.992 que permite a aplicação do texto constitucional acabando com a aposentadoria integral para os novos funcionários da União.

 Pressionados pelos servidores, os deputados retiraram o item da pauta de votação e,  além disso, foi marcada uma audiência pública para debater a proposta com data ainda não definida.

 Esta era apenas uma mostra da força da categoria em luta.  A tarde, por volta das 15h, segundo informações das entidades presentes, cerca de 15 mil servidores  tomaram as ruas  de Brasília.

A marcha exigiu do governo Dilma a não aprovação de uma série de projetos que atacam direitos do funcionalismo, entre eles a previdência complementar, na qual o contribuinte sabe quanto paga, mas não sabe quanto receberá ao se aposentar, a demissão por insuficiência de desempenho, o congelamento salarial por 10 anos, o  direito de greve no serviço público, dentre outros.

A marcha seguiu até o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, onde os servidores realizaram um ato  enquanto  aguardavam o começo da audiência com a ministra Miriam Belchior marcada para o mesmo dia.

A CSP-Conlutas marcou presença com faixas e bandeiras. Bonecos   levados pelo Sindsef/SP, filiado à  Central, chamaram a atenção durante a passeata.

“A grande vitória do movimento dos servidores públicos federais foi construir essa manifestação unitária que mostrou capacidade de lutar para arrancar as suas reivindicações. Nosso desafio, agora, é manter e fazer crescer ainda mais essa mobilização”, destacou a presidente do ANDES-SN,  Marina Barbosa Pinto, da Executiva nacional da CSP-Conlutas.

Participaram da reunião representantes das 26 entidades que compõem o Fórum dos Servidores Públicos Federais.  A interlocução foi feita por seis entidades, entre as quais a CSP-Conlutas .  Os representantes dos servidores apresentaram a pauta de reivindicações e na ocasião foram bastante insistentes para a revogação da MP 520 que leva a privatização dos hospitais universitários. Além disso, apresentaram  a necessidade do cumprimento de acordos salariais passados e de um processo de negociações concreto em torno de reposição salarial. Uma vez que a inflação foi de quase 7% no ano passado com  perspectiva  para  ficar nesse mesmo patamar em 2011.

O membro da CSP-Conlutas, Paulo Barela, presente na reunião, informou que a ministra  iniciou sua fala salientando que servidores públicos vivem hoje uma situação bem diferente de 2003 quando o presidente Lula assumiu,  e que portanto as iniciativas do campo da administração publica,  levarão em consideração essa realidade.  Para Barela ao dizer isso, a ministra demonstrou que não que abrirá concessões. “Por isso, teremos que nos preparar para resistir aos ataques que já se apresentam contra os servidores e tentar avanças nas suas reivindicações”, salientou.

Barela enfatiza, no entanto que foi um avanço a reunião com a ministra. “Deve-se reconhecer que foi uma vitória do movimento o Ministério ter recebido as entidades. Por outro lado também é importante ressaltar  que como resultado dessa reunião, foi marcada uma nova reunião com a Secretaria de Relação de Trabalho  para tratar de assuntos do funcionalismo”, informou.

Essa reunião vai ser realizada com as 26 entidades do Fórum e o secretario Duvanier Paiva na próxima segunda feira (18) às 15h. Objetivo do encontro  é estabelecer uma agenda para negociação das reivindicações do funcionalismo.
Segundo Marina, a reunião de segunda-feira será decisiva para que o governo coloque em prática seu compromisso de negociar com os servidores públicos federais. “É necessário que [o governo] enfrente a pauta e estabeleça uma agenda clara, com prazos definidos. E, para provocar isso, nós sabemos que teremos que estar nas ruas”, acrescentou.

Barela reforçou a necessidade de construir uma forte mobilização no dia 28 nos estados e construir um calendário que aponte para continuidade do processo até aqui desenvolvido.

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