Aconteceu neste sábado 05/10, na
cidade de Ponte Nova, um seminário de organização do Plebiscito Popular pela
redução das tarifas de energia elétrica e do ICMS da conta de luz.
O Seminário organizado pelo MAB
(Movimento dos Atingidos por Barragens) contou com a presença de militantes e
lideranças de 12 cidades da zona da mata norte, entre os militantes estavam
representando Raul Soares, os diretores do SINDSRAUL , Ramilson Lopes e Mazonil
Rodrigues, além dos militantes do MAB
Toninho Yussef e Dona Luci.
O seminário serviu para orientar
os militantes quanto à organização do Plebiscito nas diversas cidades de Minas que
recolherão os votos e assinaturas que serão entregues aos governantes como
forma de tentar reduzir o alto custo da energia elétrica do nosso estado.
Em Raul Soares, faremos uma
reunião na próxima quarta-feira 09/10, na sede do SINDSRAUL às 18:00Hs, para
montarmos o comitê municipal de organização. Todos os interessados estão
convidados a participar. A coleta dos votos acontecerá de 19 a 27 de Outubro e as urnas serão
colocadas em locais estratégicos.
Mobilize sua família, amigos, sua
comunidade e participem conosco!
Entenda o Plebiscito
Um
amplo conjunto de organizações sociais se reuniu no último dia 9 de março, em
Belo Horizonte, para debater sobre a conjuntura de Minas. Estiveram presentes
mais de 120 lutadores e lutadoras do povo, militantes de mais de 50
organizações, de 35 cidades do estado.
Identificamos
que Minas Gerais é um estado de muita riqueza – social, cultural e natural.
Mas, infelizmente, essa riqueza não é dividida igualmente. O projeto de estado
em curso hoje prioriza uma minoria, dona de terras, das grandes empresas, dos
meios de comunicação e das demais estruturas de poder, em desvantagem de uma
imensa maioria, que não tem acesso à essa riqueza.
Essa injustiça se manifesta de diversas formas. Uma
das mais simbólicas recebemos todos os meses, em nossas casas: nossa
conta de luz. Ao observarmos a nossa conta de luz, podemos elaborar
facilmente duas questões:
§ Porque é tão cara?
§ Porque pagamos tantos impostos?
Ao analisarmos com mais profundidade essas questões,
descobrimos que Minas possui uma das energias elétricas mais caras do país. Descobrimos que possuímos uma grande empresa, a
CEMIG, que possui lucros
bilionários. E que essa mesma empresa tem o maior índice de acidentes de
trabalho do país – o que causa a morte de, em média, 8 trabalhadores por ano.
Descobrimos, também, que quase todos esses trabalhadores são terceirizados (ou
seja, não são funcionários do quadro próprio da CEMIG), que recebem péssimos
salários, por um trabalho tão pesado e perigoso. E descobrimos ainda que,
nos últimos anos, a CEMIG tem cada vez mais contratado mais trabalhadores
terceirizados, aumentado mais o preço da sua tarifa para a população, investido
menos na sua estrutura e no seu serviço, e colhendo disso lucros cada vez mais
gigantescos!
E
pra onde vai esse lucro? Para o povo de Minas é que não é. Grande parte desse
dinheiro vai para o bolso de acionistas estrangeiros, hoje, os verdadeiros
donos da CEMIG.
Mas, pelo menos, o imposto caro que pagamos na
nossa conta deve retornar pra gente, na forma de serviços de qualidade por
parte do estado, não é mesmo? Todos/as sabemos que não… Na verdade, esses
impostos, dos quais o ICMS é o principal, servem de moeda de troca
do governo com as grandes empresas. Elas recebem isenções e descontos, e nós
pagamos a conta.
A partir de tudo isso, vimos que é urgente fazermos
alguma coisa. Definimos, então, pela construção de um grande processo
de debate com a população mineira, sobre a situação da energia e do ICMS no
estado. Esse processo acontecerá ao longo de todo o ano, e terá como momento
principal a realização de um Plebiscito Popular estadual, no
período de 19 a 27 de outubro.
Convidamos desde já a todas as organizações
sindicais, movimentos sociais, partidos políticos, pastorais sociais, entidades
estudantis e todo/a cidadão/ã interessado/a a participar do Plebiscito. No
fundo, convidamos a todos/as para a reflexão e o debate sobre o projeto
de estado que queremos construir, se seguiremos sendo a Minas de poucos, ou
assumiremos em nossas mãos a construção da Minas do povo.
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