O ministro da casa civil, Antonio Palocci, multiplicou por 20 seu patrimônio durante os quatro anos que atuou como deputado federal do PT, logo após deixar o governo Lula, em razão do escândalo do vazamento do sigilo bancário do caseiro Francenildo Soares.
Antes de assumir o cargo do governo Dilma, Palocci comprou um apartamento de luxo em São Paulo por R$ 6,6 milhões, pagos em apenas duas vezes.
A explicação do Governo Federal e de Palocci, através da Casa Civil, é de que os serviços de consultoria prestados por ele como ex-ministro têm um alto valor de mercado. Portanto, ele teria acumulado este patrimônio através de lucros auferidos honestamente pela empresa de consultoria econômica (Projeto) a grandes empresas privadas.
Para o governo, a trajetória de Palocci se assemelha com a de outros ex-ministros e chefes de instituições federais de governos anteriores, como FHC e Sarney. Essas figuras tornaram-se banqueiros, executivos ou consultores de luxo de grandes empresas. Exemplos como Pérsio Arida, André Lara, Maílson da Nóbrega, entre outros.
Palocci continua se defendendo dizendo que como ele vários outros deputados e senadores (cerca de 270) são empresários e mantém negócios mesmo sendo parlamentares.
Para a CSP-Conlutas, estas explicações são infundadas e inadmissíveis. O que assistimos são ex-dirigentes sindicais e de “esquerda” se utilizando do aparato do Estado e do prestígio para enriquecimento pessoal. Enquanto isso, os trabalhadores não viram nenhuma de suas reivindicações atendidas. Podemos citar como exemplos a não redução da jornada de trabalho, tampouco o fim do fator previdenciário, aliás, vetado pelo ex-presidente Lula.
O mesmo governo de Dilma pede moderação aos trabalhadores em suas reivindicações nas campanhas salariais, aumentou o salário dos deputados em 62% e agora quer blindar o ministro Palocci que conseguiu a façanha de aumentar em quatro anos sua renda em R$ 6,6 milhões. Fazendo um comparativo, um trabalhador que ganha um salário mínimo de R$ 545, levaria mais de 1.040 anos para receber esse mesmo valor.
A CSP-Conlutas chama ao conjunto dos trabalhadores e suas organizações, sindicatos, associações e centrais sindicais a denunciarem a “Operação Abafa” promovida pelo governo e exigir a apuração dos fatos.
Os trabalhadores, a juventude e a sociedade brasileira têm o direito de saber para quem a empresa do ministro presta consultoria. Exigimos a quebra do sigilo fiscal e bancário da empresa e também do ministro Palocci.
Secretaria Executiva da CSP-Conlutas
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