CARVOARIA AMAZÔNIA - COMO A INDÚSTRIA DE AÇO E FERRO GUSA ESTÁ DESTRUINDO A FLORESTA COM A PARTICIPAÇÃO DE GOVERNOS
Denúncia do Greenpeace deixa claro que os compromissos de proteção
ambiental e social que o governo federal, quer usar como marketing
na Rio+20, não têm reflexo na realidade da Amazônia.
“Enquanto o governo Dilma vende a imagem de país verde e moderno às
vésperas da Rio +20, esta região está virando carvão para alimentar as
indústrias de ferro gusa e aço, que espalham o que há de mais arcaico e
predatório pela Amazônia”, diz Paulo Adario, diretor da campanha
Amazônia do Greenpeace, a bordo do navio Rainbow Warrior, que está em
São Luis. “É uma vergonha que o país ainda seja complacente
com uma produção cheia de ilegalidades e que leva à destruição da
floresta e de seus povos.” “O governo precisa agir
imediatamente para garantir a sobrevivência dos povos indígenas da
região, identificando e punindo os invasores das terras”, diz Paulo
Adario. “Esses problemas acontecem há anos. E o governo, ao invés de
resolvê-los, passa seu tempo em Brasília negociando com o Congresso a
destruição das leis ambientais do país.” Ativistas do
Greenpeace escalaram e bloquearam a âncora de um navio que estava
prestes a receber toneladas de ferro gusa que seriam levadas aos EUA.
Largamente exportado para aquele país, onde vira aço para a fabricação
de carros, o ferro gusa carrega destruição e violência em sua cadeia de
produção. Para se produzir carvão, é preciso madeira. E nessa
região de Carajás, onde a Vale explora o maior estoque de minério de
ferro do planeta, os últimos lugares onde se vê floresta são áreas
protegidas, a maioria terras indígenas. As áreas são constantemente
invadidas por madeireiros e carvoeiros, com casos frequentes de
violência. Encurralados no sul do Maranhão, o povo Awá-Guajá
são um exemplo dos impactos provocados pela expansão dessa indústria na
região. Grupo nômade que se dedica à caça e à coleta de produtos
florestais, os Awá, reduzidos a cerca de 400 indivíduos, são hoje
considerados um dos povos indígenas mais ameaçados do mundo.
Fonte: Greenpeace
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